Yellow Table: Os 50 maiores fabricantes

Publicado em
01 de Junho de 2017
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Em ano difícil para muitos fabricantes, a Yellow Table mostra que os prejuízos verificados na receita das companhias norte-americanas se transformaram em lucros para as da Ásia e Europa.

Em ano difícil para muitos fabricantes, a Yellow Table mostra que os prejuízos verificados na receita das companhias norte-americanas se transformaram em lucros para as da Ásia e Europa.

A contínua debilidade dos preços das matérias-primas, e o ritmo ainda lento de muitas das economias do mundo, fizeram com que novamente acontecesse uma queda na receita total dos 50 maiores fabricantes de equipamentos do mundo.

Na tabela do ano passado, observou-se que as vendas de máquinas de construção desta meia centena de companhias tinham ficado em pouco mais de US$ 133 bilhões em 2015, queda de 16,2% em relação às receitas de 2014. Agora, a queda é menos dramática. Em 2016, as vendas totais superaram ligeiramente os US$ 129 bilhões, uma diminuição de 2,3% em relação ao ano anterior.

A boa notícia é que, segundo a análise da consultoria Off-Highway Research (pertencente ao Grupo KHL), a indústria já tocou o fundo do poço e para este ano se prevê um crescimento de 8%.

Apesar disso, há muitas grandes empresas que ainda estão sentindo as investidas do mercado, e uma delas é a maior fabricante de equipamentos de construção do mundo: a Caterpillar.

À parte a humilhação de ver, no mês passado, seus escritórios sob busca de agentes federais dos Estados Unidos por acusações de evasão de impostos, a gigante norte-americana sofreu um duro golpe em 2016 com a redução de 1,6% em seus faturamentos de vendas, que saíram de US$ 24,12 bilhões em 2015 para US$ 21,34 bilhões. Não obstante, a empresa continua à frente de toda a concorrência em termos de volumes de vendas. 

Há um movimento intrigante na parte superior da tabela, sendo que o mais significativo vem da Sandvik, empresa que ficou na décima posição, tendo saltado da 30ª posição no ano anterior. A razão disto é a transformação promovida dentro da estrutura do negócio, já que a Sandvik fundiu suas operações de mineração e construção para criar a Sandvik Mining and Rock Technology. A nova estrutura entrou em vigor em 1 de julho do ano passado, tendo um efeito extremamente positivo sobre os números de receita registrados pela tabela.

Outro salto surpreendente é o da Terex, que caiu para nono posto na lista, quando na edição anterior era a terceira maior empresa. É o resultado da venda que a companhia concluiu de seu negócio de manipulação de materiais e soluções portuárias, à rival finlandesa Konecranes, por US$ 1,3 bilhão, em 2016. O movimento nas receitas da Terex poderia ter sido ainda mais dramático caso a venda integral da companhia à chinesa Zoomlion houvesse sido feita, o que não chegou a se realizar por debilidade financeira da asiática.

No Top 10, uma companhia forte é a coreana Doosan Infracore, que subiu do oitavo lugar para o sexto, este ano. O sucesso da Doosan em 2016 se deve em grande parte a grandes vendas para os mercados emergentes, principalmente o fornecimento de carregadeiras de rodas e escavadeiras a Catar, Cingapura e Myanmar.

Em termos de participação de mercado regional, as empresas norte-americanas perderam 2,6% do mercado, em grande parte devido às tribulações vividas pela CAT e os desafios da Terex, mas também pelas quedas nas receitas da John Deere e Manitowoc Cranes. Apenas a Astec Industries apareceu freando a tendência para baixo do contingente dos Estados Unidos.

Em movimento contrário, a participação do Japão no mercado mundial aumentou 2%, ainda que grande parte deste ganho possa ser atribuído ao fortalecimento de sua moeda. Tomando uma média de todo o ano, o iene japonês se fortaleceu de uma média de 121 ienes por dólar em 2015 para 109 ienes por dólar em 2016.

A China é outro país que sofreu uma perda significativa em sua participação na receita mundial de 2016, passando de 14,4% em 2015 para 11,5% em 2016. Apesar desta diminuição, cabe destacar que das nove firmas chinesas na lista só uma perdeu posições (LiuGong, da posição 28 para a 31).

A difícil situação no mercado chinês de construção é bem conhecida, e será uma tarefa difícil para estas empresas manter suas posições no Top 50 de 2018.

O Japão também teve um só expoente que desceu na Yellow Table. De suas 11 empresas nos 50 maiores deste ano, caiu apenas a Yanmar, que passou da posição 39 na tabela do ano passado para a 40ª nesta edição.

Dois casos de sucesso são a Alemanha e a Suécia. No caso da Suécia, sua participação na receita aumentou em 1,6% em comparação com os resultados de 2015, o que se explica pela escala da Sandvik. A subida de 1,3% da Alemanha é mais complexa, já que as receitas de empresas como Liebherr, Wirtgen, Wacker Neuson, Bauer e Sennebogen quase não mostraram alteração.

Este resultado parece demonstrar que permanecer ‘imóvel’ no fraco mercado atual deve ser considerado como um êxito, e as empresas alemãs estão se posicionando bem para o mercado mais ativo que se prognostica para 2017. 

Novo ator

Há um novo participante na Yellow Table deste ano, a fabricante chinesa Foton Lovol, que entrou na posição número 48, com vendas de equipamentos de construção em 2016 equivalentes a US$ 271 milhões.

A Lovol é a maior fabricante de máquinas agrícolas na China, e se especializa também em tecnologia e serviços financeiros. Seu braço de construção, não obstante, se desenvolveu rapidamente, e é uma das marcas de mais rápido crescimento na China entre os participantes do mercado de construção. Sua gama de produtos inclui carregadeiras, escavadeiras e plataformas de perfuração rotativas.

Perspectivas

Lamentavelmente, 2016 marcou o quarto ano consecutivo em que as receitas dos 50 maiores fabricantes de equipamentos de construção do mundo caíram, desde o pico de 2012, quando as vendas deste grupo de elite alcançaram US$ 186 bilhões.

Mesmo assim, estamos vendo um alívio nesta pesada tendência à baixa, e dado o positivo começo de ano em 2017, pode haver esperanças.

Mas deve-se assinalar que, enquanto a China se adapta à sua taxa de crescimento “normal” (ou seja, baixa) e busca aumentar a produtividade através de novidades tecnológicas, será difícil para seus fabricantes manter suas posições na tabela e sua participação no faturamento global.

Em relação aos Estados Unidos, antes de arriscar predições exageradas sobre as empresas do país, devemos esperar para ver o quanto da lista de intenções sobre infraestrutura do presidente Donald Trump receberá aprovação do Congresso.

A indústria enfrenta a quarta queda consecutiva

Longe vão os anos em que as vendas dos 50 principais fabricantes de máquinas de construção superaram os US$ 186 bilhões (2012). A Yellow Table deste ano reflete a quarta queda consecutiva da indústria, com faturamento total na faixa dos US$ 129,3 bilhões, uma diminuição de quase 30% em quatro anos, e a menor cifra desde 2009 – a mais baixa em sete anos.

A boa notícia é que a queda experimentada entre 2015 e 2016, de 2,3%, está longe daquela percebida entre 2014 e 2015, quando o decréscimo da receita registrada pela Yellow Table marcou 16,2%. 

Metodologia

As posições na Yellow Table se baseiam nas vendas, em dólares americanos, no ano calendário de 2016. As moedas foram convertidas a dólares com base na taxa de câmbio média ao longo de 2016. Os dados foram recolhidos de uma variedade de fontes, incluindo contas auditadas, relatórios financeiros das empresas e outras fontes de boa reputação. 

No Japão, Índia e em alguns outros países, o uso do ano fiscal (que terminou em 31 de março) tornou impossível estabelecer a informação do ano calendário. Nestes casos, se usaram os resultados do ano fiscal. Em alguns casos, a iC fez uma estimativa de receitas baseada em dados históricos e tendências da indústria. Embora se tenham feito todos os esforços para assegurar que a informação contida neste informe seja exata, a iC não aceita responsabilidade por erros ou omissões.

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