Volvo teme superaquecimento provocado pelos emergentes

Publicado em
26 de Julho de 2010
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A Volvo, segunda maior fabricante de caminhões do mundo, vê com bons olhos uma desaceleração da economia chinesa e outros mercados emergentes, em meio às preocupações com um possível superaquecimento. A afirmação foi feita na sexta-feira pelo executivo-chefe da companhia, Leif Johansson, que disse preferir que as grandes economias em desenvolvimento tivessem registrado "um pouco menos de crescimento" no segundo trimestre, quando as vendas aumentaram 89% na América do Sul e 75% na Ásia, em comparação ao mesmo período do ano passado.

"De certo modo, seria bom uma desaceleração nesse crescimento quase que estrondoso registrado pelo Brasil e China", disse. "Preferimos um crescimento mais sustentado, por um período de tempo mais prolongado."

A Volvo tornou-se, na sexta-feira, a mais recente de uma série empresas escandinavas a anunciar resultados do segundo trimestre acima das expectativas, motivados pelas vendas vigorosas nos mercados emergentes e pela recuperação gradual da Europa e América do Norte.

A Sandvik e a Atlas Copco, fabricantes suecas de máquinas e equipamentos de mineração, e a Kone, fabricante de elevadores da Finlândia, estão entre as empresas que anunciaram crescimento em países como a China, Índia e Brasil.

Matti Alahuhta, executivo-chefe da Kone, maior fabricante de elevadores do mundo, disse ter visto "um nível extremamente alto" de crescimento no mercado chinês da construção, mas observou que há sinais de que os esforços do governo para esfriar a economia começam a dar resultado.

Números oficiais divulgados na semana retrasada indicam que a economia chinesa começou a reduzir o ritmo de crescimento, com um avanço de 10,3% no segundo trimestre, contra 11,9% no primeiro. Os crescimentos do Brasil e da Índia também dão sinais de moderação.

O crescimento acelerado dos mercados emergentes vem ajudando o setor industrial da Escandinávia a se recuperar da desaceleração do ano passado e está alimentando uma recuperação das economias da região dependente de exportações. A possibilidade de uma desaceleração econômica dos países em desenvolvimento, juntamente com perspectiva incerta para as grandes economias ocidentais , vêm lançando dúvidas sobre a capacidade das empresas do setor industrial de manter seu ímpeto.

Johansson alertou que os negócios na Europa e América do Norte estão mais ou menos na metade dos "níveis normais" e disse que a melhoria do desempenho da Volvo deveu-se tanto aos cortes de custos quanto à demanda mais forte. Mas demonstrou confiança de que uma "ampla recuperação" do mercado mundial de caminhões está a caminho, reiterando previsões anteriores de um crescimento de 10% na Europa e 20% a 30% na América do Norte este ano.

O lucro líquido da Volvo somou 3,2 bilhões de coroas suecas (US$ 437 milhões) no segundo trimestre, comparado ao prejuízo de 5,6 bilhões de coroas no mesmo período de 2009. As vendas subiram 27% para 68,8 bilhões de coroas. A Volvo voltou a ter lucros no primeiro trimestre, após cinco trimestres seguidos de prejuízos.

Scania tem aumento de 156% no lucro do 2º trimestre, para US$ 465 mi  (Folha Online)

A Scania afirmou que redução de custos e uma recuperação em mercados chave após a recessão global ajudaram a elevar a margem operacional e o lucro da fabricante de caminhões no segundo trimestre.

A empresa informou nesta sexta-feira que as vendas de veículos no terceiro trimestre devem ser similares às do segundo.

O lucro antes de impostos (Ebtida, na sigla em inglês) da Scania, controlada pela Volkswagen, chegou a 3,4 bilhões de coroas suecas (US$ 465,7 milhões) no segundo trimestre, contra US$ 181 milhões há um ano e acima dos 2,5 bilhões de coroas suecas previstos em uma pesquisa da Reuters.

A Scania disse estar otimista com o Brasil, seu maior mercado, onde a demanda foi particularmente alta no segundo trimestre, beneficiada por incentivos fiscais, segundo a empresa.

"Devido à alta demanda no Brasil e melhora na Europa, bem como à recuperação na Ásia, a Scania elevou sua produção sucessivamente no período", afirmou a montadora.

As ações da companhia subiam 3,3%, para 134,70 coroas suecas, às 8h35 (horário de Brasília), com os analistas se mostrando satisfeitos com o resultado.

"É difícil não se entusiasmar com esses números. Veio melhor em todas as direções", afirmou o analista Niclas Hogloud, do Swedbank. 

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