Volume de serviços prestados no país cai 3,6% em 2015

Publicado em
17 de Fevereiro de 2016
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O volume de serviços prestados no país fechou 2015 com queda de 3,6% em 2015, revelando um tombo mais forte dos segmentos dependentes do setor privado, em especial da indústria. Ao mesmo tempo, a queda dos serviços prestados às famílias ­ que ocorre há mais tempo ­ reforçou o quadro negativo do setor, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE. A maior retração ocorreu em transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, que recuou 6,1% no ano passado. O segmento é estreitamente relacionado à indústria, que em 2015 teve um ano de queda dramática na produção.

"O transporte só vai se recuperar quando a indústria apresentar uma retomada", disse o técnico da coordenação responsável pela PMS, Roberto Saldanha.

Os transportes representam cerca de 30% do setor de serviços.

Em dezembro, a queda foi de 11,5%. O técnico do IBGE aponta dois movimentos que puxam o segmento para baixo: a queda na demanda por matérias­primas das indústrias e a menor distribuição dos produtos prontos. Na avaliação de Saldanha, o transporte aéreo foi beneficiado pelas promoções, que conseguiram reter certa base de clientes, e foi a única atividade dentro do grupo que apresentou dados positivos: alta de 16,3% no mês e de 4,3% no acumulado de 2015. Quanto às famílias, desde junho de 2014 o grupo que inclui atividades como alimentação, lazer, beleza, alojamento, cursos de idiomas, entre outros, mostra retração. "Os serviços prestados às famílias dependem fundamentalmente da renda, que caiu", lembrou Saldanha.

Em 2015, a atividade acumulou queda de 5,3%. Em dezembro, o recuo chegou a 7%, mês em que o rendimento médio mensal caiu 5,8%, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Já a forte queda dos serviços profissionais, administrativos e complementares, que caiu 4,3% no ano, mostra que as empresas estão cortando até serviços essenciais como limpeza e segurança. Em dezembro, esse grupo de atividades caiu 8,8%, o foi o maior recuo entre todas as seis atividades pesquisadas pela PMS no mês.

"As empresas estão cortando até serviços de limpeza e segurança, mantendo o suficiente para manter a sua operacionalidade", acrescentou Roberto Saldanha. Em 2015, os serviços de informação e comunicação encerraram o ano em estabilidade, na comparação com 2014. Foi o único que não ficou no vermelho e o último a entrar na sequência negativa que os outros já estavam. Na avaliação de Roberto Saldanha, as famílias e empresas preferiram cortar outros gastos em vez da tecnologia.

"Com o desaquecimento da economia, esse tipo de serviço foi caindo mais gradativamente", destacou Saldanha. A PMS mostra ainda que o setor de serviços ampliou o recuo entre o primeiro e o segundo semestre, com quedas de 2,1% e 4,9% respectivamente. No primeiro semestre de 2014, o volume de serviços prestados cresceu 3,5% e a partir daí começou a recuar. 

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