Vendas de caminhões recuam 19,5% em 2012

Publicado em
08 de Janeiro de 2013
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Nova lei de emissões, novo diesel e desaceleração da economia prejudicam desempenho

O segmento de veículos comerciais pesados que engloba caminhões e ônibus sofreu forte retração nas vendas de 2012, conforme dados da Anfavea divulgados na segunda-feira, 7. A queda nas entregas de caminhões, que já era esperada pela entidade, atingiu 19,5% em 2012 na comparação com o ano anterior, para 139,1 mil unidades, enquanto as vendas de ônibus recuaram 16,8%, para 28,8 mil chassis.

Já no comparativo mensal, houve estabilidade, resultando em vendas de 12,6 mil caminhões em dezembro, mesmo volume de novembro. Apesar do crescimento zero, a média diária de vendas subiu 5,2%, para 663 unidades neste comparativo, devido ao maior número de dias úteis em dezembro. Em ônibus, as vendas de dezembro contra novembro cresceram expressivos 38,3%, para pouco mais de 2,8 mil unidades.

O primeiro vice-presidente da Anfavea, Luiz Moan, que conduziu o primeiro encontro do ano entre a entidade e a imprensa, lembrou o cenário difícil para caminhões em 2012, com a entrada da nova lei de emissões, o Proconve P7, que exigiu novas tecnologias nos veículos, o que encareceu seus preços em até 15%. Além disso, as incertezas quanto ao abastecimento do diesel S-50 no início do ano passado e o arrefecimento da economia causaram efeitos negativos para o mercado de caminhões.

As vendas do segmento só retomaram no fim de setembro, quando passou a vigorar a nova taxa de juros do Finame PSI, que passou de 5,5% ao ano para 2,5% a.a., índice altamente competitivo e fez com que o mercado reagisse. Segundo Moan, a manutenção de taxa menor para 2013, anunciadas pelo governo em dezembro, de 3% a.a. no primeiro semestre e de 4% a.a. no segundo, devem garantir ritmo mais acelerado nas vendas.

“Com a prorrogação do PSI projetamos um ano melhor para veículos comerciais pesados, com crescimento entre 6% e 7% em 2013”, disse. Ele adiantou que em 2014 a entidade prevê um forte ano de licenciamento para caminhões. Outro impulso para o segmento deve ser a prorrogação da depreciação acelerada (que terminou em 31 de dezembro). O pleito já foi apresentado pela entidade ao governo e deve ser regulamentado ainda este mês, informou.

Nos moldes do mercado nacional, as vendas ao exterior recuaram 15,5% em 2012, para 22,8 mil caminhões, enquanto que os embarques de ônibus subiram 9,6% no ano, para 8,4 mil unidades.

As quedas acentuadas no mercado de caminhões, tanto no mercado interno quanto externo reduziram significativamente o ritmo das linhas, fechando 2012 com queda de 40,5% da produção sobre 2011. As fábricas entregaram 132,8 mil caminhões durante o ano passado, enquanto que no ano anterior esse volume chegou a 223,3 mil. As linhas de montagem de ônibus também desaceleraram em 2012, com 36,8 mil chassis, retração de 25,4%.

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