Vendas de caminhões estão paralisadas

Publicado em
22 de Janeiro de 2014
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Falta de publicação de portaria de equalização das regras do PSI pelo Ministério da Fazenda impede liberação de linhas de crédito

Guto Rocha 

O mercado de caminhões começou o ano praticamente paralisado. As concessionárias não estão conseguindo concretizar as vendas porque ainda não foram publicadas as novas regras do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) – Finame e Procaminhoneiro. Sem isso, os agentes financeiros não podem operacionalizar os negócios.

A responsabilidade pela publicação da portaria de equalização no Diário Oficial é do Ministério da Fazenda. As novas regras já foram editadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no último dia 15 de janeiro.

“Estamos com as vendas paralisadas desde o começo deste ano. Não conseguimos faturar um caminhão sequer”, afirma o diretor comercial da Auto Sueco, concessionária Volvo, em São Paulo, Luís Gambim.  “As regras também ficaram abaixo das nossas expectativas”, comenta. 

revista carga pesada concessionaria

Segundo Gambim, em 2014, as linhas de créditos só poderão ser operacionalizadas na modalidade convencional. “Isso exige que toda a documentação seja enviada ao BNDES para análise, para só depois autorizar ou não o financiamento”, afirma, observando temer que essa regra acabe afastando alguns bancos da operação de crédito.

O gerente comercial da Konrad, concessionária da marca Ford, em Maringá, Fernando Xavier Mourão também lamenta a demora para a publicação da portaria pelo Ministério da Fazenda. “Enquanto não for publicado, as regras do PSI para 2014 não valem. Meu objetivo para este ano é  vender 50 caminhões por mês. E até agora só faturei seis unidades, que tiveram o processo de venda iniciado no ano passado”, comenta.

Xavier observa que mesmo as operações na modalidade simplificada, que segundo a circular do BNDES, podem ser feitas só até o dia 31 de janeiro deste ano, não podem ser realizadas por conta da falta da publicação da portaria pelo Ministério da Fazenda. “Isso vai matar as vendas no mês de janeiro”, prevê.

Segundo a Chefe do Departamento de Relação com Agentes Financeiros e outras Instituições (Derai), da Área de Operações Indiretas do BNDES, Juliana Santos,  o banco de fomento optou pela modalidade convencional do PSI por causa da necessidade de dimensionamento  da utilização do orçamento do programa. “A modalidade convencional permite ao BNDES fazer esta previsão”, explica. Juliana afirma que o banco ainda não tem o orçamento do PSI para este ano. “Isso vai depender muito da demanda”, comenta.

A taxa de juros do PSI passou dos 4% praticados no ano passado para 6% ao ano, em 2014. As revendas ouvidas pela reportagem da Carga Pesada consideram o índice atrativo. No entanto, para o diretor da concessionária Auto Sueco, a exigência de uma entrada de 10% do valor para pequenos e médios empresários, e de 20% para os grandes frotistas, pode atrapalhar os negócios. “Nessas condições, uma empresa que queira adquirir 10 caminhões para ampliar ou renovar sua frota terá de pagar dois caminhões à vista, só com as entradas”, observa.

A reportagem da Carga Pesada tentou obter junto à assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informações sobre a publicação da portaria de Equalização, mas não obteve retorno.

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