Veloce ganha gestão de longo prazo

Publicado em
18 de Fevereiro de 2013
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Empresa pretende expandir a atuação na América Latina

Completado o primeiro ano da nova gestão, a Veloce Logística sente poucas mudanças práticas da troca de controle, mas uma alteração mais representativa na cultura de planejamento da empresa. Criada em 2009, a companhia foi vendida pelo Pátria Investimentos e três sócios minoritários ao grupo japonês Mitsui ao fim de 2011.

O presidente e um dos fundadores da Veloce, Paulo Roberto Guedes, conta que o convívio tem sido muito bom e diz que a companhia segue com liberdade para avaliar o mercado. Com receita global de 5,25 trilhões de ienes (US$ 56,4 bilhões) no ano fiscal encerrado em março de 2012, a Mitsui tem uma atuação mais distante e mantém apenas dois executivos na diretoria. Mas as perspectivas da empresa brasileira mudaram com o novo dono, um gigante dos negócios.

"Antes tínhamos uma visão de curto prazo, estávamos nos preparando para vender a empresa. Agora pensamos a médio e longo prazo", disse Guedes ao Valor na sede da empresa, em Diadema (SP).

Com a Mitsui no controle, a Veloce, que é forte em transporte rodoviário de autopeças, pretende expandir a atuação na América Latina - hoje concentrada na Argentina - e projeta faturamento da ordem de R$ 450 milhões em cinco anos. E se as aquisições eram assunto de primeira ordem na gestão Pátria, a questão passou a ser menos urgente com a Mitsui.

"Antes era uma pauta da agenda do acionista, formado por um grupo de investidores. Hoje faz parte da agenda, mas só será uma prioridade quando o negócio valer a pena", afirmou o presidente.
Ainda no início da nova gestão, a Veloce precisa justificar a aquisição. A empresa fechou 2012 com faturamento de R$ 216 milhões, alta anual de 17%. A expectativa para 2013 é atingir receita na casa de R$ 240 milhões, principalmente por conta da nova operação prestada para a GM, que elevará o número atual de funcionários da companhia de 500 para 800.

O foco da Veloce está agora em consolidar as operações, em meio à conquista de quatro contratos - além do mais recente da GM, incluem-se Toyota Empilhadeiras, Valeo e Goodyear. As preocupações da empresa giram em torno do aumento dos custos por conta da lei n 12.619 - conhecida como a Lei do Descanso dos Caminhoneiros -, que estabeleceu regras mais rígidas de segurança para os motoristas, e da alta de combustíveis.

A falta de funcionários qualificados também está na pauta da empresa e parte dos R$ 12 milhões a serem investidos em 2013 será destinada ao treinamento de pessoal, além de projetos de tecnologia da informação (TI) e extensão de carretas. Em 2012, os aportes somaram R$ 7 milhões.

Se no início dos negócios o setor automotivo respondia pela totalidade da receita da Veloce, hoje a fatia caiu para 70%, diante do maior peso da logística voltada para empresas de bens de consumo. A ideia não é diminuir o faturamento do principal setor, mas Guedes deixa clara a intenção de desenvolver mais negócios no mercado secundário, por ele reproduzir o modelo de logística automotiva.

Com concorrentes do porte da Tegma, JSL, Penske, AGV e McLane, a Veloce atua nas regiões Sul e Sudeste do país e na Argentina e, com o grupo Mitsui no controle, vislumbra parcerias para expandir a atuação.

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