Veículos puxam desempenho da produção industrial para baixo

Publicado em
04 de Agosto de 2014
compartilhe em:

Setor registra queda de 36,3%, a maior desde 2008, aponta pesquisa do IBGE

REDAÇÃO AB

produção de veículos teve queda de 36,3% no primeiro semestre na comparação com igual período do ano anterior, a maior desde dezembro de 2008, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgada na sexta-feira, 1º, pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O resultado do setor exerceu a maior influência negativa sobre o desempenho geral da produção industrial brasileira no período, cujo recuo foi de 2,6%. A pesquisa abrange a fabricação de automóveis, caminhões, ônibus, reboques, semirreboques, autopeças e veículos para o transporte de mercadorias.

Outras contribuições negativas importantes no período vieram dos ramos de máquinas e equipamentos (-9,4%), produtos de borracha e de material plástico (-5,6%), outros equipamentos de transporte (-12,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,4%).

No comparativo mensal, de junho contra maio, a produção no segmento automotivo recuou 12,1%, sendo um dos 18 ramos entre os 24 pesquisados a registrar queda das atividades no mês que fecha o semestre. Em junho, a produção industrial caiu 1,4%, marcando a quarta queda consecutiva do ano: em maio, a atividade havia recuado 0,8% sobre o mês imediatamente anterior. 

“O movimento de queda passa pela atividade de automóveis, caminhões e vai também às autopeças. Ou seja, temos toda a cadeia da produção automobilística com comportamento de queda”, afirmou André Luiz Macedo, gerente da coordenação de Indústria do IBGE.

As quatro grandes categorias industriais tiveram queda no mês, na passagem de maio para junho: bens de consumo duráveis (-24,9%), bens de capital (-9,7%), bens de consumo semi e não duráveis (-1,3%) e bens intermediários (-0,1%). Contra junho do ano passado, a produção industrial brasileira encolheu 6,9%, o pior índice desde setembro de 2009, e anotou queda de 0,6% no período anualizado, que corresponde ao acumulado dos últimos doze meses.

Na outra ponta da cadeia, apenas seis ramos tiveram aumento da atividade industrial em junho, entre eles coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+6,6%), produtos alimentícios (+2,1%) e bebidas (2,5%).

“São quatro meses de resultados negativos. A magnitude dessa queda tem uma relação importante com o menor número de dias trabalhados para o mês de junho. Claro que tem relação direta com redução de jornada de trabalho, concessão de férias coletivas, redução de turnos de trabalho. Claro que o evento Copa do Mundo tem relação com esses fatores”, reforçou Macedo.
Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.