Uma safra para animar a economia

Publicado em
07 de Outubro de 2016
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Com a perspectiva de que o clima será mais favorável que no ciclo 2015/16, bastante prejudicado por intempéries em diferentes regiões, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a produção de grãos finalmente vai superar a marca de 200 milhões de toneladas no Brasil nesta safra 2016/17.

Divulgado ontem, o primeiro levantamento da autarquia referente à atual temporada, que está em fase de plantio, indicou um volume total entre 210,5 milhões e 214,8 milhões de toneladas, até 15,3% maior que o da passada ­ que parou em 186,3 milhões, uma queda de 10,3% em relação a 2014/15.

Conforme os cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume colhido neste ano foi ainda mais magro: 183,9 milhões de toneladas. Se confirmada, a previsão da Conab para 2016/17 representará um novo recorde e vai colaborar para ampliar exportações, reduzir a pressão dos alimentos sobre a inflação, recuperar as margens de empresas de carnes de frango e suína e turbinar o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no primeiro semestre, quando se concentra a colheita.

Em razão da quebra em 2015/16, o PIB da agropecuária brasileira caiu 3,7% de janeiro a março e 3,1% no segundo trimestre deste ano, segundo o IBGE. Alexandre Mendonça de Barros, economista da MB Agro ­ braço da consultoria MB Associados ­, está entre os que acreditam que, se a recuperação da colheita de grãos se confirmar, o PIB da agropecuária poderá registrar altas superiores a 5% no primeiro e no segundo trimestres de 2017, mesmo que a pecuária amargue algum retrocesso.

Pesa nessa estimativa, que também inclui culturas perenes como cana­deaçúcar, café e laranja, o fato de o intervalo previsto pela Conab para a nova safra ser, inclusive, ligeiramente superior à projeção inicial para 2015/16, que oscilava de 210,3 milhões a 213,5 milhões. "A recuperação também terá reflexos positivos sobre o valor bruto da produção da agropecuária, até porque estamos exportando menos em 2016 pela falta de produto", observou Alan Fabrício Malinski, assessor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mesmo considerando uma colheita total de 196 milhões de toneladas ­ esse número será revisto nos próximos dias ­, menos que a Conab, a consultoria MacroSector , com sede na capital de São Paulo, projeta um aumento de 7% no VBP dos grãos no ano que vem, para R$ 209,7 bilhões. Apesar de o avanço projetado pela Conab derivar sobretudo da expectativa de aumento da produtividade das culturas, para algumas delas, como a soja, também deverá haver incremento de área plantada. No total, a Conab prevê que as semeaduras das safras de verão e de inverno do ciclo 2016/17 ocuparão de 58,5 milhões a 59,7 milhões de hectares, até 2,3% mais que em 2015/16. Do ponto de vista de volume, o destaque deverá ser a recuperação do milho, o mais golpeado pela seca e pelo calor que marcaram polos de produção do Centro­Norte do país em 2015/16. 

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