O trecho da BR-101 que dá acesso às praias do Litoral Sul, interditado desde dezembro por causa de um deslizamento de terra, só deve ser liberado na última semana de abril. Por isso, os motoristas que pretendem ir para a região no feriadão da Semana Santa, que começa na próxima sexta-feira, vão precisar de muita paciência. Em virtude do bloqueio no quilômetro 93,5, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, os condutores são obrigados a enfrentar o trânsito pesado do Centro do município ou se aventurar por rotas alternativas no meio dos canaviais. A obra para liberação da via deveria ter ficado pronta no fim de fevereiro, mas, após 30 dias do término do prazo, o barro continua na pista.
O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit), Marcos Crispim, justifica que houve a necessidade de retirar uma antena da operadora de telefonia Claro, que apresentava risco de desabamento, antes de seguir com as obras. "A estrutura foi removida na semana passada e desde então já intensificamos a retirada do barro e a construção do muro que impedirá um novo deslizamento", defende.
Por enquanto, os motoristas têm duas opções para chegar ao município de Ipojuca, também na Região Metropolitana: seguir pela BR-101, em direção a Maceió, para pegar um dos dois retornos que passam pelo Centro do Cabo ou evitar a cidade passando pelo município de Escada, na Zona da Mata Sul. A Avenida Miguel Arraes, no Cabo, que também seria uma opção, está interditada para as obras do Complexo Pirapama, sistema que promete aumentar a distribuição de água na RMR com conclusão prevista para o fim deste ano.
Quem utiliza as rotas mais conhecidas, passando pelo Centro do Cabo, leva, pelo menos, meia hora a mais na estrada por causa do trânsito. Com a alça do quilômetro 93,5 interditada, os carros que vão para as praias se misturam com o fluxo habitual da cidade causando congestionamentos a qualquer hora do dia. "No Carnaval, foi um desastre, mas a situação não é muito melhor durante a semana. Como venho trabalhar de moto, costumo driblar o bloqueio e passar pelo canto da pista", conta o gerente Wilson Simpliano, 23 anos.
Em Escada, o problema é a rodovia PE-40. Em determinado trecho, os motoristas são obrigados a seguir por dentro de um canavial. Além dos buracos, a pista não tem acostamento e os celulares não funcionam. Como a região não tem um fluxo grande de veículos ou pessoas, caso aconteça algum imprevisto, os motoristas são obrigados a andar bastante até encontrar ajuda.
Não é a primeira vez que o Dnit tem problemas com o muro de contenção do quilômetro 93,5 da BR-101 Sul. A estrutura estava em obras desde outubro do ano passado porque não tinha condições de segurar a barreira. Desta vez, Marcos Crispim garante a eficiência da nova construção. "Estamos fazendo um retaludamento, ou seja, diminuindo a inclinação da encosta para que barro não desça com tanta força", explica. A barreira sofrerá um recuo de 15 metros.