Transporte de mercadorias e de informações, ou nos (re) encontraremos no ano de 2021*

Publicado em
01 de Junho de 2017
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Faz pouco tempo e está na cabeça de muita gente, que para transportar bastava  indicar  a origem-destino da mercadoria,  apresentar um documento  fiscal  (ou declaração de procedência e conteúdo) para que a remessa fosse  realizada.

Quanto custa transportar? Depende do prazo, da distância, do peso e do valor da mercadoria, mais ou menos nessa ordem.  O prazo é o fator que mais pesa no frete. Transport&Tecnology

No Brasil mais de 60% do transporte é rodoviário.  Há quem diga que essa proporção é ainda maior. Mas existe unanimidade quanto a afirmação de que transportar no nosso país  custa caro. Quem embarca mercadorias para capitais ou cidades de regiões metropolitanas faz comparativos com outros países e diz que é apenas 30% mais caro.

O transporte porta-a-porta (dispensa explicações) é composto de uma etapa de coleta, transferência e entrega no destino.  Existe a estimativa do prazo  e uma operação   que se chama tracking (do inglês: seguimento/rastreio) se encarrega de apresentar o prazo exato.

Pelo tracking é possível saber data e horários do deslocamento da mercadoria, feito em intervalos de horas ou até em tempo “quase” real.  Isso é bom porém custa dinheiro. O rastreio é feito através de equipamentos existentes nos veículos e que fornecem a sua localização geográfica, rapidamente convertida em distância até o objetivo final e do tempo requerido.

Há pouco  mais de 20 anos isso  existia apenas para fins militares. No transporte comercial  essas informações eram estimadas…  havia imprecisão mas custava mais barato. Atualmente,  transportar sem informar é impensável e o custo disso ajuda a compor o cenário de transporte caro, que se ouve de forma corriqueira.

A proporção entre o que custa transportar a mercadoria e,  quanto custa a informação do transporte é de difícil obtenção já que são fatos intrínsecos e indissociáveis.  O argumento mais frequente em defesa da informação e seus custos é que são subprodutos de acompanhamento obrigatório  com vistas  à segurança da carga;  da exigência fiscal ao cruzar os limites dos estados brasileiros;  para atender às jornadas de trabalho dos motoristas e a lista é interminável.

“Tudo a favor e nada contra”   diriam os contratantes dos transportes. “Tudo contra e pouco a favor” dizem os transportadores. No valor do frete (preço que se cobra pelo transporte) o custo da informação   pode representar entre 30%  e 50%  desse valor. Quanto maior o valor da mercadoria e mais rápido se exige pela entrega,   tanto mais caro.

Refletindo sobre isso poderíamos aceitar esses pesados custos, afinal quem tem pressa …  mas quando a mercadoria é entregue e ufa!!!  finalmente a operação aparentemente se conclui e começa mais uma etapa “lógica” quase invisível para quem contrata e para quem transporta: é a classificação dos comprovantes de entrega, assinaturas, datas, número de documentos, local da entrega, ressalvas quanto a possibilidade do conteúdo apresentar imperfeições ou danos.

Os comprovantes das entregas, as assinaturas, as datas e tudo o mais terão que ficar disponíveis nos próximos 5 anos (e mais o ano em curso).  Uma operação de transportes (vale para outros serviços) começa hoje e só se conclui, de fato,  em 2020  ou 2021.

O ônus de provar que entregou, que a mercadoria estava em ordem, que o prazo foi cumprido, que os impostos foram recolhidos é do transportador. Diferentemente de outras atividades, este pode ser um “caminho sem volta”  infelizmente.

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