Agência Nacional de Transportes Terrestres definiu nova tabela durante essa semana
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres definiu nova tabela de preços de frete de cargas na última quarta-feira (30). Em Mato Grosso do Sul, o frete para cargas industriais não contempla os gastos dos caminhoneiros, conforme avaliaram lideranças. Agora, a esperança é de que os novos valores repassem quantias maiores para os transportadores.
Representante do Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), Dorival Oliveira afirma que o frete para grãos tem representado lucro, em razão da safra. O frete de cargas industriais, avalia, representa prejuízos.
“O frete de campo grande para santos é 170 reais a tonelada. E a tabela foi muito próxima disso. É que essa tabela ficou entre 7 eixos e 9 eixos, 9 não tem nenhuma tabela, tem até 8 eixos, pra carga perigosas. Esse preço hoje, nós terminamos de transportar a safra, o frete fica maior, quando chega em setembro cai muito, e aí não contempla os custos. Hoje está dando conta. Hoje o frete de carga industrial estás muito abaixo, porque elas fazem um tipo de contrato, que a gente chama de carga lotação. O que é bom é o de grãos e tivemos uma safra. É porque nós somos um estado agrícola, ele é em grão de volume, então acaba sendo considerado., comenta”.
Sobre a nova tabela, Dorival considera que ainda “é cedo” para avaliar. “É muito cedo para analisar porque não sei se o embarcador vai dispor desse valor, se não vai cair sobre o produtor, porque ele é praticamente descontado na mercadoria. Se ele se manter em padrões safra, ele vai recair sobre o produtor.
O governo federal estipula que a tabela tem "caráter obrigatório para o mercado de fretes do país". A Presidência informou que a tabela da ANTT apresenta "os preços mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes, por eixo carregado.
Os valores dos fretes estabelecidos pela agência são válidos até 20 de janeiro de 2019. Os valores serão atualizados no ano que vem.
Para o presidente do Sindicam-MS (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Mato Grosso do Sul), a tabela “está excelente”. Ele avalia, no entanto, que os caminhoneiros lucram mais com pequenas viagens. Para ele, os valores cobrados em Mato Grosso do Sul também não cobrem os custos dos caminhoneiros.
“A tabela ficou excelente, mas quem que vai pagar isso? Mas meus caminhoneiros recebem muito mais em pequenas viagens, em pequenas distâncias. Não está cobrindo os custos, tinha que economizar no máximo. Só que agora vai ganhar um pouco mais. Estava insatisfatório. Essas grandes empresas que estabelecem os fretes, então eles chegam até o limite. As transportadoras pegam um volume enorme, e passam 30% a menos pro caminhoneiros. Um frete de 200 eles ganham 60 reais”, avaliou.
Para a CNI (Confederação Nacional das Indústrias), a Medida Provisória que atualizou a tabela de fretes “é um retrocesso”. Conforme o jornal Estado de São Paulo, a CNI alega que "a fixação de preços mínimos infringe o princípio da livre-iniciativa e é ineficaz", além de não corrigir o problema de excesso de oferta de caminhões no mercado.