Empresas transportadoras encontram dificuldades para localizar motoristas qualificados. Treinamento é a saída para equilibrar a balança
treinamento de caminhoneiro
A falta de motoristas de caminhão é um problema cíclico no setor de transporte de rodoviário de cargas. Sempre que há aquecimento repentino de demanda, as empresas transportadoras logo começam a sentir falta dessa mão de obra para suas operações.
Pesquisa recente do Instituto Paulista do Transporte de Carga (IPTC), ligado ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Região (Setcesp), mostrou que 81% das 41 empresas consultadas já percebem a falta desses profissionais de forma crítica. Principalmente as que tiveram alto índice de turnover, ou seja, mais rotatividade de profissionais nos últimos meses.
A realidade de São Paulo é parecida à de outras regiões do País. Em entrevista ao Estradão, o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelúcio já havia relatado a falta de profissionais do volante em âmbito nacional.
O problema não se limita à ausência de mão de obra em quantidade. Está faltando motoristas capacitados a operar caminhões e sistemas mais modernos. Os que exigem maior intimidade com a cultura digital.
Presidente do Setcesp, Tayguara Helou explica que há essa carência de profissionais inseridos no digital para preencher as vagas existentes. E isso faz com que as transportadoras tenham que oferecer algumas capacitações por conta própria para não ficarem sem profissionais.
Diretor geral da transportadora GVM Solutions Brasil, Felipe Medeiros conta que a empresa está intensificando mais a rotina de treinamento para tentar resolver a dificuldade de encontrar motoristas. “Temos parcerias com sindicatos para esse fim e investimentos. E também oferecemos cursos pagos para profissionais em alguns casos”, comenta. Aos fins de semana, a empresa passou a oferecer cursos que capacitam os profissionais a manusearem aplicativos de entrega, por exemplo.
Segundo Medeiros, no começo do segundo trimestre, com o distanciamento social imposto por causa do novo coronavírus, a empresa precisou cortar em até 50% o número de motoristas. Mas, alguns meses depois, com o reaquecimento da demanda, precisou abrir novas vagas. Contudo, passou a ter dificuldade para encontrar profissionais disponíveis ou capacitados para as funções. A empresa abriu 50 vagas e, até o momento, não conseguiu preencher todos os postos.
Motoristas high-tech
Tayguara Helou diz que hoje as operações estão mais modernizadas. E que o motorista vai se deparar com caminhões equipados com tecnologias embarcadas das quais é necessário ter algum conhecimento para manuseá-las com eficiência. “Além disso, esse profissional precisa ter alguma intimidade com modernos sistemas de controle logísticos e rastreados. E também com os apps que estão cada vez mais presentes no dia a dia do transporte”, comenta.