Assim como no Brasil, o México tem um alto índice de roubos de cargas. A atuação dos bandidos é bem parecida nos dois países. Armados com armas pesadas, os ladrões obrigam os caminhoneiros a pararem e levam o caminhão e a carga.
Os crimes tem se tornado tão comuns que surgiu no país uma nova atividade, que agora está em alta, a blindagem de caminhões.
As cargas mais visadas são de eletrônicos, eletrodomésticos, produtos farmacêuticos e roupas de luxo. São tantos roubos desses tipos de itens que muitas seguradoras não dão mais cobertura.
Por isso, a solução encontrada pelas transportadoras é blindar os caminhões, com blindagem suficiente para suportar tiros de fuzis, como o AK-47, muito usado pelos criminosos mexicanos. Só com a blindagem é que as seguradoras passam a dar cobertura para essas cargas caras.
Para as transportadoras o custo é alto. “É caro, muito caro, mas as seguradoras exigem caminhões blindados para fretes que excedam um certo valor.” disse Jorge Coronel, chefe de uma empresa especializada no transporte de bens valiosos.
Os caminhões recebem blindagem pesada na cabine, protegendo o caminhoneiro, que mesmo sob fogo de armas pesadas pode continuar rodando. A caixa de carga dos implementos também recebe blindagem, que custa até US$ 27 mil, para proteger as cargas dos disparos.
Antes da blindagem, mesmo com tecnologias de bloqueio remoto dos veículos, o roubo de cargas acontecia com facilidade. Além de sistemas de bloqueio de sinal, conhecidos como jammers, os bandidos sequestravam e ameaçavam os caminhoneiros para que as transportadoras desbloqueassem os caminhões.
Além da blindagem nos caminhões, os caminhoneiros mexicanos tem recebido treinamento para se manterem calmos em uma tentativa de assalto. Isso porque o caminhão pode receber dezenas de tiros de fuzil, que podem deixar o motorista em pânico. Mas dentro da cabine, com a blindagem completa, o caminhoneiro está muito bem protegido dos bandidos.