Transportadores de combustíveis e de derivados de petróleo de Minas Gerais entraram em estado de greve neste domingo (18) e podem paralisar as atividades.
De acordo com o presidente do Sindtanque-MG, que representa a categoria, Irani Gomes, a mobilização é nacional. Ele diz que, desde a publicação da lei 13.703/2018, que institui a política nacional de piso mínimo do transporte rodoviário de cargas, o frete teve uma defasagem de mais de 20%: "As empresas estão pagando para trabalhar".
Segundo Gomes, o frete da carga líquida a granel perigosa, transportada pela categoria, ficou mais barato do que a carga geral. "Nós transportamos produtos perigosos, a carga tem que ser melhor remunerada", diz.
Em julho deste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou novas regras para o cálculo do frete mínimo de transporte de carga, mas, após pressão de caminhoneiros, as normas foram suspensas. Com isso, voltou a valer uma resolução de 2018, que estava em vigor anteriormente.
A categoria reivindica a atualização dos valores da tabela. "Ainda não vamos paralisar, mas se o governo não se comover e mudar nada, podemos parar a qualquer momento e provocar um desabastecimento de combustível em postos e aeroportos", afirma Gomes. Segundo ele, Minas Gerais é o segundo maior polo de distribuição de combustível do país, com cerca de 400 empresas transportadoras e mais de 5.000 caminhões.
Gomes espera uma agenda com o governo federal sobre o assunto ainda nesta segunda-feira (19). "Se o governo não se manifestar, na terça-feira (20) já pode haver uma paralisação", garante. A reportagem tentou contato com a ANTT neste domingo, sem sucesso.