A conclusão da Ferrovia Transnordestina requer investimentos adicionais de R$ 6,7 bilhões e não sai antes de 2027. Uma das maiores obras inacabadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vitrine das administrações petistas, ela deve ficar pronta só 17 anos depois do prazo original e com uma década de atraso sobre o cronograma fixado na última renegociação contratual.
O diagnóstico foi apresentado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), controladora da Transnordestina, ao governo e à comissão especial da Câmara dos Deputados que segue o empreendimento. A empresa entregou um orçamento atualizado das obras, novos estudos de demanda e projetos executivos de engenharia para trechos da ferrovia. Até agora, segundo a concessionária Transnordestina Logística (TLSA), já foram gastos R$ 6,4 bilhões e as obras têm 52% de avanço físico. O expresidente Luiz Inácio Lula da Silva prometia cortar a fita de inauguração em 2010.
Após seguidos adiamentos, um acordo entre a concessionária e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) jogou esse prazo para janeiro de 2017. Conforme essa última revisão, a ferrovia de 1.753 quilômetros ficou com orçamento total de R$ 11,2 bilhões. Agora, o valor sobe para cerca de R$ 13 bilhões.
As obras estão interrompidas desde o início do ano passado, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão completa de repasses do governo, por meio da estatal Valec ou dos fundos oficiais que financiam a construção da ferrovia.