Trânsito galinha

Publicado em
22 de Março de 2010
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Você sabia que uma galinha, um ser humano, um porco e outros animais andam mais rápido do que um carro nas ruas do Centro de Campinas? É verdade. A reportagem tirou a prova ontem ao fazer um percurso na área central, às 14h, fora do horário de pico, e confirmou que os carros no Centro são muito mais lentos.

O veículo da reportagem percorreu um trajeto de 2 km pelas ruas Barão de Jaguara, Conceição, Luzitana, 14 de Dezembro e Dr. Quirino, no miolo da cidade e que servem como artérias para os principais corredores e avenidas da cidade. O cronômetro cravou 11 minutos e 3 segundos. Ou seja, o percurso resultou numa velocidade média de 10,86 km/h, calculada pelo professor do Instituto de Matemática da Unicamp, Antonio Carlos Patrocínio.

Este desempenho lento na área central é inferior à velocidade de uma galinha, que atinge os 14 km/h, segundo dados estatísticos publicado pela Enciclopédia dos Animais. Outros animais são também mais velozes do que os carros no Centro, como o porco (que chega a 17 km/h), o esquilo (20 km/h) e o peru (24 km/h).

O ser humano é também mais veloz do que os veículos em algumas situações. Uma pessoa que corre com frequência chega a média de 15 km/h. Já uma pessoa que utiliza bicicleta para se locomover chega à média de 20 km/h. Os grandes velocistas atingem marcas entre 20 km/h e 40 km/h em pistas de competição.

O trajeto feito ontem teve início na Rua Barão de Jaguara, a partir do cruzamento com a Av. Dr. Moraes Salles. Foram gastos aproximadamente 3 minutos para percorrer duas quadras, até o semáforo da Rua Conceição, por onde o veículo percorreu na sequência. Depois de passar por mais dois semáforos, no sentido da Rua Luzitana, cruzamos outros três semáforos até a Rua 14 de Dezembro. Essa rua foi percorrida por apenas uma quadra e Dr. Quirino veio depois. Esse percurso consumiu de aproximadamente 7 minutos. A Rua Dr. Quirino foi a mais lenta, pois cinco semáforos cortaram o trecho até a Av. Dr. Moraes Salles, ponto final do percurso.

Trajeto incluiu 11 semáforos - Vale destacar que o trajeto feito pela reportagem totalizou 11 semáforos. Porém, o sinal vermelho obrigou o veículo a parar em apenas duas ocasiões: no cruzamento da Barão de Jaguara com Conceição e no cruzamento da Dr. Quirino com a General Osório. Em horários de pico é mais comum encontrar os semáforos fechados e, com isso, a velocidade média deverá diminuir ainda mais. José Camilo Telles, vendedor, comentou que a demora para atravessar a região do Centro irrita qualquer pessoa. "Evito passar pelo Centro, mas alguns compromissos são inevitáveis e sou obrigado a sofrer com a lentidão", disse. Gustavo Nogueira, engenheiro, reclamou também da falta de opções para rodar com seu veículo na área central. "É por isso que o número de motos cresceu. Ninguém consegue chegar no horário quando tem que passar pelo Centro, principalmente nos momentos de pico", comentou. A Emdec reconheceu que há lentidão nas ruas do Centro porque elas integram a geografia da Campinas antiga. Segundo a Emdec, as ruas são estreitas e, em muitos casos, comportam apenas um veículo, causando filas.

Justificou que essas ruas estreitas desembocam nos grandes corredores e avenidas da cidade, onde o fluxo de veículos e ônibus são mais intensos e que a prioridade é de fazer esse fluxo maior, dos corredores e avenidas, fluir com maior rapidez.

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