Tráfego nas estradas cai e afeta caixa de concessionárias

Publicado em
10 de Setembro de 2014
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A atividade industrial em baixa neste ano tem impactado a movimentação de veículos nas estradas. O principal gerador de caixa das companhias do setor é acompanhado de perto pelo mercado, que já começa a reagir de maneira mais forte aos resultados negativos.

Na sexta-feira, por exemplo, as ações da EcoRodovias (que administra estradas como a dos Imigrantes, que liga São Paulo ao litoral paulista) chegaram a figurar como a maior queda da bolsa, depois que a empresa divulgou seus números atualizados de tráfego. Em agosto, a concessionária registrou uma queda de 2,9% no fluxo consolidado de veículos contra mesmo mês do ano passado (exceto a ECO101, adicionada há pouco tempo ao portfólio).

Os analistas ficaram especialmente frustrados pelo mês ter registrado novamente um número fraco para a companhia. Em julho, o tráfego consolidado (exceto ECO101) já havia subido somente 1,8% contra um ano antes. A justificativa da companhia na época foi, entre outros fatores, a diminuição de dias úteis por causa da Copa do Mundo de futebol.

Mas o tráfego, como mostram os números, continua em baixa durante o ano para a empresa (a comparação contra um ano antes é prejudicada por efeitos não recorrentes). Do primeiro para o segundo trimestre do ano, o tráfego da EcoRodovias já havia caído 4,8% (exceto ECO101) e o faturamento com pedágio recuado 14%, para R$ 391 milhões, influenciado também por tarifas médias menores.

As outras empresas do setor também registraram queda. O tráfego nas estradas da CCR caiu 1,3% na mesma comparação. O faturamento com pedágio caiu 2%, para R$ 1,3 bilhão. Na Triunfo, o movimento caiu 10% e as receitas também, para R$ 139 milhões. Na Arteris, a queda do fluxo foi de 0,9%, mas houve aumento de 1% de faturamento nas estradas (para R$ 581 milhões). As empresas já anunciaram ao mercado as razões para as quedas. Além da Copa (que reduziu os dias úteis), houve o efeito de chuvas excessivas no Sul, por exemplo. Mas a principal justificativa é a atividade industrial em baixa.

No Índice ABCR de Atividade, feito pela Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada, o movimento de queda na movimentação de veículos nas estradas fica ainda mais claro quando analisada a média móvel semestral (média de seis meses terminada em cada mês). Há quatro meses, a curva do tráfego desenha uma queda, influenciada pela fraca atividade industrial.

Amanhã, a divulgação do Índice ABCR de agosto deixará mais claro o desempenho das rodovias. Para Alessandra Ribeiro, da Tendências, não é possível fazer uma previsão, mas outros números dão pistas sobre um desempenho melhor nas estradas no mês. Dados positivos sobre consumo de energia elétrica, produção de veículos e venda de papel ondulado demonstram aumento. Esse cenário indica um bom desempenho para as estradas, embora não seja possível prever o número.

"Nossa expectativa é que a indústria tenha um comportamento melhor, então devemos ter um desempenho melhor nas estradas. O país volta a ter mais dias úteis por causa do fim da Copa do Mundo e tem a produção de automóveis se recuperando", diz.

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