Trabalhador do transporte tem os piores indicadores de saúde, diz SulAmérica

Publicado em
14 de Julho de 2014
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Setor apresentou os piores índices em 7 de 15 indicadores pesquisados

Nelson Bortolin

O setor de transporte se destacou em recente pesquisa da SulAmérica. Infelizmente, de forma negativa. Entre dez setores pesquisados , foi o que apresentou os piores resultados quanto à saúde do trabalhador. De 15 indicadores, apresentou as piores notas em 7: Índice de Massa Corpórea (IMC), glicemia, colesterol total, tabagismo, consumo de álcool, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), e Escore de Framingham (risco de doença cardiovascular ocorrer em 10 anos).

Os setores pesquisados foram: indústria da transformação; atividades financeiras ; informação e comunicação; comércio; transporte; saúde; outros serviços; atividades administrativas;  atividades profissionais; e construção. A pesquisa envolveu 41.366 pessoas (2.735 no setor de transporte) e 240 empresas (14 transportadoras).

Entre os destaques, o estudo mostra que 62,4% dos trabalhadores em transporte têm IMC além do aceitável e 33,5% apresentam colesterol fora da normalidade. O sedentarismo atinge 61,9% dos empregados no setor.

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No estudo da SulAmérica, o grupo da indústria da transformação não apresenta nenhum pior índice. O relatório diz que, há cerca de 20 anos, o setor apresentava indicadores ruins e que as empresas passaram a estabelecer políticas internas para alterar este cenário. “Entre as ações, as empresas promoveram adequações no ambiente do trabalho, investiram na conscientização dos funcionários, e implantaram campanhas internas de incentivos”, diz o relatório.

Gentil Alves, superintendente de Gestão de Saúde da SulAmérica, afirmou à Carga Pesada que foi “uma surpresa” o setor de transporte apresentar tantos índices negativos.  “E tivemos uma amostragem bem interessante. São mais de 2.700 trabalhadores neste setor”, afirma.

Alves destaca a incidência de ingestão de álcool, o tabagismo e o sedentarismo observado entre os motoristas. “O estresse está muito presente na categoria. Além da solidão, temos as más condições de estradas, a segurança precária, o medo do assalto. E ainda os prazos curtos para entrega da mercadoria. Muitas vezes o caminhoneiro dorme pouco e usa substâncias para se manter alerta”, declara.

O superintendente diz que o motorista precisa se esforçar para deixar o cigarro de lado e moderar na bebida, além de adquirir hábitos saudáveis.  “Sabemos que tudo é mais difícil porque ele está na estrada. Mas é possível comer melhor, mesmo nessas condições”, alega. Comer melhor significa evitar frituras e incluir verduras, legumes e frutas na alimentação.  “Precisa balancear”, receita.

Alves também considera que é possível fazer atividade física, mesmo durante as viagens. “Se a pessoa caminhar meia hora a cada dia já é suficiente para perder peso e melhorar sua saúde. E essa meia hora pode ser fracionada durante o dia.” Ou seja, se o caminhoneiro andar 10 minutos a cada parada ele já terá feito a atividade física necessária para o dia.

Segundo o superintendente, cabe principalmente ao empregador – no caso dos motoristas celetistas – realizar um trabalho de incentivo para que o caminhoneiro mude seus hábitos. “O governo e as entidades têm seu papel, mas a empresa tem responsabilidade maior”, declara.

 

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