TNT tem novo comando mundial

Publicado em
26 de Fevereiro de 2013
compartilhe em:

A TNT Express indicou um novo CEO para traçar o rumo a ser seguido pela empresa holandesa após a operação de venda para sua concorrente UPS ter sido vetada.

Tex Gunning, de 62 anos, assume o comando da segunda maior empresa europeia de entregas expressas em receita, num momento em que a companhia busca um novo propósito estratégico, depois de ter abandonado as antigas ambições de concorrer em escala mundial contra rivais como UPS, DHL e FedEx.

Na semana passada, quando o balanço anual mostrou prejuízo líquido de € 81 milhões e receita de € 7,3 bilhões em 2012, a TNT divulgou que buscaria compradores para suas divisões na China e Brasil, redirecionando o foco para seus principais mercados na Europa. A saída da China, onde é um participante menor, era esperada.

Alguns analistas, no entanto, ficaram surpresos com a decisão de sair do Brasil, uma economia em crescimento onde a TNT conquistou participação de 20% no mercado após a compra de duas empresas locais, uma em 2007 e outra em 2009, embora tenha enfrentado dificuldades para torná-las lucrativas.

A notícia reforçou a estratégia sombria anunciada na semana passada pelo CEO interino Bernard Bot de buscar mais cortes para melhorar a eficiência da empresa, além dos €100 milhões por ano que já haviam sido detalhados anteriormente.

Gunning, que chega depois de três anos como chefe da divisão de tintas da empresa holandesa química e de revestimentos AkzoNobel, é visto por alguns como uma indicação provisória.
"As mudanças estratégicas propostas na semana passada seriam mais bem realizadas por um novo CEO com experiência no setor", disse Andre Mulder, da Kempen Securities.

Mulder e outros, no entanto, dizem que Gunning é, em vários aspectos, adequado para a tarefa de transformar a TNT. Ele cuidou da integração bem-sucedida da ICI, adquirida em 2008 pela AkzoNobel, e comandou e recuperou sua unidade de tintas nos Estados Unidos para depois vendê-la à PPG em dezembro. Ele também foi CEO da empresa de recrutamento Vedior, comandando-a até a venda para a Randstad em 2008.

"Ele é um sujeito muito inspirador com uma ótima visão para marcas", disse uma fonte que trabalhou por muito tempo com Gunning. "Se uma empresa como a TNT precisa de autoconfiança e de alguém que faça as pessoas se sentirem orgulhosas de novo, é uma boa decisão. Mas não peça a ele para arrumar a produção de uma fábrica. Ele precisa de um par de pessoas boas em questões operacionais por perto - essa não é sua maior força", acrescentou.

Antony Burgmans, presidente do conselho de supervisores da TNT - do qual Gunning já é membro - disse que a "ampla experiência empresarial [de Gunning] e o histórico bem- sucedido em recuperar empresas" o tornam o "candidato ideal".

Burgmans e Gunning começaram suas carreiras na Unilever, onde Burgmans ascendeu até se tornar coexecutivo-chefe.

Bernard Bot voltará ao cargo de diretor de finanças. Ele assumiu o comando interino em outubro, depois da saída repentina de Marie-Christine Lombard, que foi trabalhar na empresa francesa de logística Geodis, enquanto a possibilidade de venda para UPS ainda estava pendente. As autoridades reguladoras da União Europeia vetaram o acordo em janeiro.

A TNT entrou com um processo contra Marie-Christine Lombard, acusando-a de ter violado a cláusula de não concorrência em seu contrato.

Os contratempos são um símbolo do caos que tomou conta da companhia holandesa desde que a UPS anunciou proposta em 2012 para comprá-la.

Em 2011, a TNT havia se separado da empresa doméstica de correios PostNL, já imaginando alguma oferta de compra.

De início, a diretoria da TNT Express foi contrária à oferta da UPS, mas acabou aceitando-a. Grande parte da atenção da empresa nos últimos 12 meses ficou direcionada a medidas para a fusão de duas empresas.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.