Terminal de cargas de Viracopos terá ligação com linha férrea, diz ministro

Publicado em
06 de Dezembro de 2012
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O terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), pode ter uma interligação à linha férrea para escoamento de produtos de exportação e importação. A informação foi confirmada pelo ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, que visitou a área onde está sendo construído o novo prédio que receberá passageiros domésticos e internacionais, com previsão de inauguração em maio de 2014. Os aeroportos de Guarulhos e Viracopos são os maiores em movimentação de cargas do país.

"Existe a licitação do Trem de Alta Velocidade [TAV] que está sendo encaminhado. Isso será importante para a interligação modal do transporte aéreo e de cargas, que vai ocorrer em Viracopos. Além disso, existe uma discussão com o estado de São Paulo para trens regionais. Os trens acessarão ao aeroporto em linhas segregadas, que servirão tanto para o transporte de passageiros como o de cargas", afirmou Bittencourt.

O diretor de operações da concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pela administração do aeroporto nos próximos 30 anos, Marcelo Mota, disse ao G1 que a previsão é que Viracopos atinja movimento anual de 1,5 milhões de toneladas de cargas até o fim do contrato de concessão. Atualmente, o registro é de 280 mil toneladas em produtos exportações e importações.

Ele também garantiu que o aeroporto comportaria um ponto de parada da linha férrea para o escoamento de mercadorias, já que atualmente o transporte pelo aeroporto é feito apenas via aérea e rodoviária. Os detalhes do projeto não foram divulgados pela concessionária e pela Secretaria da Aviação Civil, mas está prevista uma estação de parada do TAV na área subterrânea do terminal de passageiros, quando o trem de alta velocidade chegar até Campinas. "A prioridade zero é concluir a ampliação", alegou o ministro-chefe da SAC.

No dia de apresentação do projeto de ampliação do Aeroporto de Viracopos, em setembro deste ano, o presidente do conselho de administração da concessionária, João Santana, havia afirmado que o crescimento do terminal dependia que propostas de expansão da linha férrea saíssem do papel. “Para chegar a 80 milhões de passageiros, o aeroporto necessita de ligações ferroviárias, seja o trem de alta velocidade como também os trens regionais. É muito importante que isso ocorra, mas estamos seguros que irá ocorrer”, disse Santana.

Acompanhado da comitiva e da diretoria da concessionária, Wagner Bittencourt visitou o atual terminal de embarque e desembarque, onde está instalada a maquete das futuras instalações do aeroporto. Depois disso, seguiu para o setor de cargas e, em seguida, para o canteiro de obras.

Ele afirmou que a velocidade dos trabalhos está dentro do esperado para que o novo prédio fique pronto até a Copa do Mundo de 2014. É um terminal que será muito útil não só pra Copa do Mundo, mas também para atender toda a população brasileira, que viaja cada vez mais de avião", disse Wagner Bittencourt. As equipes de construção trabalham atualmente em dois turnos de dez horas.

Problemas com liberação do freeshop

O ministro afirmou que existem várias alternativas para resolver o problema com a assinatura do contrato e início da operação da lojas de freeshop, que vendem produtos com isenção de impostos, mas afirmou que a questão ainda está sendo discutida. O ponto de comércio está praticamente pronto nas áreas de embarque e desembarque dos voos internacionais, mas a legislação brasileira sobre lojas francas impede a inauguração, segundo a concessionária.

A falta de um free shop em Viracopos foi questionada por representante de companhias aéreas internacionais durante visita ao aeroporto. O serviço é considerado um fator determinante para os passageiros escolherem em qual cidade irão embarcar e desembarcar. De acordo com a Aeroportos Brasil, para o contrato ser assinado com a prestadora do serviço, o artigo 3 da portaria 112/08 da Secretaria da Fazenda precisa ser revogado. O item menciona a necessidade de concorrência pública na escolha da empresa.

O impasse em relação ao free shop de Viracopos vem desde que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) operava o aeroporto. A estatal chegou a abrir uma licitação e escolher a empresa que prestaria o serviço, mas uma restrição imposta pela Receita Federal na concorrência impediu a assinatura do contrato.

A Aeroportos Brasil informou que a Dufry, empresa que venceu a licitação da Infraero, irá operar o serviço. O espaço para a loja, com 87 m² de área no embarque e outros 237 m² no desembarque, está quase pronto. A expectativa da concessionária é que o free shop comece a funcionar "praticamente de imediato" após a assinatura do contrato. Não há prazo para isso acontecer.

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