Terceirização de serviços impulsiona crescimento do setor de logística no país

Publicado em
20 de Março de 2012
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Os empresários de logística estão otimistas com o crescimento projetado para o setor em 2012. A expectativa de faturamento é de quase R$ 450 bilhões, valor acima da média de R$ 400 bilhões registrada anualmente. E o principal responsável por esse bom momento é o aumento da terceirização dos serviços logísticos.

“As empresas estão identificando a possibilidade de se concentrar mais em seus negócios e passaram a terceirizar serviços como armazenagem, estoque, planejamento de demanda e processamento de pedidos. Isso gera oportunidade de negócios para quem é especializado nessa área”, explica o vice-presidente de Sustentabilidade da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Adalberto Panzan.

De acordo com Panzan, as transportadoras enxergaram o valor desse nicho de mercado e são as que mais investem para oferecer serviços de logística a outras empresas. “Elas agregam, por exemplo, serviço de armazenagem ao seu portfólio. Não realizam apenas o transporte rodoviário de cargas, complementam com outras atividades para os clientes, como centros de distribuição avançados”, acrescenta.

Para o representante da Abralog, os empresários de logística, por uma questão de inteligência e estratégia, estão tendo a oportunidade de prestar serviços que antes se resumiam apenas a carregar e descarregar o veículo. “Hoje, uma mesma transação comercial exige a transposição de mais obstáculos. Em São Paulo, por exemplo, as companhias enfrentam a restrição ao tráfego de caminhões”, afirma.

Mais um caso: com o aumento do comércio eletrônico, uma grande corporação pode não conseguir se adequar às particularidades de embalar um produto. “É aí que entra o setor de logística”, diz Panzan à Agência CNT de Notícias. Segundo ele, todos esses fatores estão ligados ao fato do “setor crescer em um patamar acima da economia do país”.

Outro destaque é o setor de logística reversa – área que trata do controle do fluxo de resíduos no pós-consumo, cujo objetivo é dar uma destinação correta aos produtos descartados. Ligados a esse ramo, só os negócios do setor de resíduos eletrônicos devem avançar 20% este ano, projeta Adalberto Panzan.

“A logística reversa cresce por causa da simplificação dos processos e pela introdução de meios eletrônicos fiscais, quando as transações passam a ser feitas com menos burocracia. Mais compras são feitas e mais produtos são devolvidos”, explica Panzan.

Impostos
Apesar dos bons resultados, ele afirma que ainda existem alguns entraves que dificultam um progresso ainda maior do setor. Um deles, destaca, é o recolhimento de impostos que ocorre antes do recebimento pelo serviço prestado, o que impacta o fluxo de caixa das empresas.

“Somos contratados para prestar o serviço, mas ele não é pago à vista. Se o empresário não tiver reserva de caixa, liquidez, capital próprio, corre o risco de ter que recorrer ao cheque especial e pagar juros, porque é obrigado a pagar os impostos”, adverte Panzan.

 
Rosalvo Streit
Agência CNT de Notícias

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