Tegma muda a gestão executiva e ajusta operação

Publicado em
21 de Novembro de 2013
compartilhe em:

Companhia troca diretor-presidente e contrata um novo diretor financeiro

Depois de registrar queda no lucro trimestral, a companhia especializada em logística Tegma começou recentemente um processo de reestruturação operacional. Além de surpreender seus investidores ao anunciar a troca de seu diretor-presidente na última semana, contratou um novo diretor financeiro e ainda reduzirá sua participação em alguns negócios.

Gennaro Oddone estava à frente da Tegma há dez anos e foi responsável por conduzir a empresa em momentos como o da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na BM&FBovespa, em 2007. Segundo ele, a decisão da renúncia partiu dele mesmo no começo do ano. "Eu entendi que, ao longo desse período, a empresa cresceu bastante, o faturamento multiplicou por nove, houve várias aquisições, fizemos IPO, diversificamos a base de negócios... Foi um ciclo importante, e chegou o momento de desenvolver meus projetos pessoais".

Oddone fica no posto até o fim do ano, e depois se torna um conselheiro especial da companhia. Em janeiro, toma posse em seu lugar o novo presidente, Fábio d’Ávila Carvalho. Ele foi diretor de logística no grupo Abril, onde também foi executivo de finanças, e foi contratado pela Tegma há cerca de três meses já para se tornar o líder da companhia. Atualmente, Carvalho é vice-presidente administrativo e financeiro da Tegma.

Carvalho terá como missão conduzir o novo momento da Tegma, com foco em corte de custos e em expansão na logística do varejo pela internet (o chamado e-commerce). "É um setor que cresce de 20% a 30% ao ano e veio para ficar. Excluindo os Correios, a Tegma tem a liderança desse mercado, que é muito promissor. É nossa grande aposta", diz Carvalho. No acumulado do ano (nove primeiros meses), o Ebitda da área de e-commerce cresceu 16% contra um ano antes, para R$ 166 milhões.

Ainda no e-commerce, a Tegma anunciou recentemente a aquisição dos 20% de participação remanescente da Direct Express Logística, voltada ao setor, por R$ 2,4 milhões. E mais aquisições podem ocorrer. "Eu acho que a Tegma tem muito a crescer e aquisições são sempre escolhas importantes para isso. Mas o foco hoje é consolidar as operações", diz Carvalho.

Enquanto trabalha para um maior crescimento no varejo eletrônico, a Tegma vê seu outro setor de atuação, o mercado automotivo, ainda dominante em seus balanços. Só com a logística de veículos, a empresa alcançou receita de R$ 1 bilhão no acumulado do ano - o que representa um crescimento de 24% contra um ano antes - e Ebitda de R$ 154 milhões. Em autopeças, a companhia acredita que ainda tem espaço para crescer. No acumulado do ano, a receita de nesse negócio foi de R$ 174 milhões.

"No setor automotivo, temos registrado crescimento expressivo nos beneficiando do momento da indústria automotiva. Tivemos, por exemplo, novos contratos de distribuição de veículos com Toyota e Hyundai ", resume Oddone. Segundo ele, a companhia é líder nesse setor, com um terço de participação.

A companhia também vai começar a sair de operações pouco rentáveis, como é o caso da armazenagem - que tem prejudicado o balanço da companhia devido à descontinuação de contratos. "A gente já vem revendo algumas operações que já são mais ’commoditizadas’ e que não têm vantagens competitivas", diz Carvalho. "Esses setores tendem a ter um esmagamento de preço".

No acumulado do ano, o Ebitda da armazenagem alfandegada caiu 56%, para R$ 23 milhões. A receita líquida total da Tegma nos nove meses foi de R$ 1,3 bilhão, com crescimento de 10% em um ano. Já o lucro líquido foi de R$ 34 milhões, queda de 45% na mesma comparação.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.