Taxas altas de frete podem afetar economia mundial e encarecer produtos na mesa dos brasileiros

Publicado em
18 de Janeiro de 2021
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Alta no Frete internacional deve encarecer chegada de produtos na casa dos brasileiros e afetar a economia

Em menos de um ano, frete de contêineres saltou 300% e a estimativa é de mais alta na economia brasileira e diversos produtos; reajustes já afetam importações brasileiras e inviabilizam negócios.

O custo da pandemia
A pandemia do novo coronavírus elevou o custo das importações vindas da China. Desde o início do ano passado, o preço do frete de contêineres originários do país asiático com destino ao Brasil subiu 300%, saltando de US$ 2,5 mil para US$ 10 mil na economia da Região Norte.

Em moeda brasileira, o preço passou de R$ 12,9 mil para R$ 51,9 mil, segundo levantamento da empresa de transportes ES Logistics. Nos portos de Santos, o mais movimentado do País, e de Paranaguá,  o valor gira em torno de US$ 7,3 mil, mas a perspectiva é que ultrapasse os cinco dígitos em breve. Os reajustes já afetam as importações brasileiras e inviabilizam negócios.
 
Os Estados Unidos são hoje o maior mercado consumidor dos produtos chineses e, com a pandemia, que reduziu a cadeia de suprimentos, os contêineres enviados aos importadores norte-americanos estão demorando mais para retornar à China. A falta de contêineres, porém, é apenas um dos fatores que causaram a alta no preço dos fretes.

O reajuste do frete
O reajuste também foi impulsionado pela demanda reprimida desencadeada pela queda no consumo ocorrida entre os meses de março a junho. Demanda essa que ainda não foi totalmente atendida.

“Essas são as duas maiores causas (para a alta do preço dos fretes), mas a impressão que a gente tem é que houve uma mudança no padrão de consumo. Antigamente, o brasileiro parava de importar quando o dólar chegava a R$ 5,10. Agora, o dólar chegou a R$ 5,60 e as importações não caíram”, observou o diretor da ES Logistics, Fabiano Ardigó. “O empresário parece que vai repassar esse custo para o consumidor final.”

Menos rotas
Diretora do setor de Compras Internacionais e Financeiro da Empalux, em Curitiba, Raquel Rossi destacou que é difícil driblar os reajustes do preço do frete chinês e que a alta precisa ser absorvida pela empresa.

“É injusto não ter muita ação sobre esses valores de frete, mas além do frete alto, tem a falta de espaço no navio. O número de rotas diminuiu muito. A gente acredita que o pessoal dos navios está se aproveitando desse momento para ganhar.”

O último frete considerado dentro dos padrões normais contratado pela empresa, em 9 de dezembro de 2019, foi de US$ 1.285,08 por um contêiner de 40’NOR. Hoje, o valor pago para o mesmo tipo de equipamento, com a mesma origem e destino, é de aproximadamente US$ 7,7 mil. E especialistas estimam que esse valor chegará a US$ 10 mil. Se as previsões se confirmarem, os importadores terão de absorver uma alta acumulada de mais de 600% no período de um ano.

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