Na avaliação de Patrik Lunardi, presidente da FACS-MT, aceitar o tabelamento é algo ‘inadmissível’ e colocá-lo em prática ‘causaria aumentos irreversíveis nos custo de quem produz’
Após mais uma reunião sem acordos entre caminhoneiros autônomos e embarcadores (realizada nesta quinta, 15, em Brasília), as discussões sobre o tabelamento do frete rodoviário seguem quentes. Enquanto não se chega a um consenso sobre o tema, quem depende constantemente do serviço mantém o radar ligado e faz as contas a respeito do impacto que a imposição de preços mínimos (e não referenciais) para o transporte poderia causar.
Na avaliação de Patrik Lunardi, que é agricultor e presidente do Fundo de Apoio à Cultura da Soja em Mato Grosso (Facs-MT), aceitar o tabelamento é algo “inadmissível”, já que colocá-lo em prática “causaria aumentos irreversíveis nos custo de quem produz”. Ele diz que atualmente gasta cerca de R$ 230 para trazer uma tonelada de fertilizantes de Paranaguá-PR para Nova Mutum-MT. Com a tabela em vigor, a despesa saltaria para R$ 450 por tonelada, conforme calcula. “Não estamos preparados para absorver esta alta, que levaria o setor ao desespero total”, alerta.
O agricultor reforça que é solidário à situação dos motoristas, mas que acredita que existam outras formas de buscar alternativas para melhorar a condição de quem passa a vida nas estradas: “principalmente por meio da redução dos custos de combustíveis e da carga tributária sobre o setor”, aponta.
Uma nova reunião entre caminhoneiros autônomos e embarcadores está marcada para a próxima terça-feira, dia 20, em Brasília.