Em reunião no fim da noite desta quinta-feira (7) com lideranças do movimento dos caminhoneiros, o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, voltou atrás e disse que a nova resolução publicada horas antes pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que trouxe novas tabelas de preço mínimo para o frete rodoviário será revogada.
Procurado, o Ministério respondeu por meio de sua assessoria de imprensa que a resolução anunciada nesta quintae está sendo cancelada e na sextafeira (8), às 9h, haverá nova reunião na ANTT, com a presença do ministro e das entidades de caminhoneiros para revisar a tabela e publicar uma terceira resolução entre sexta e segunda-feira (11).
A resolução aprovada nesta quinta-feira já foi tirada do ar no site da ANTT.
Lideranças dos caminhoneiros já começaram a fazer ameaças de novas greves no país por meio de redes sociais se o novo tabelamento de preços vier a prejudicar os interesses da categoria.
A reunião desta quinta à noite aconteceu na sede do Ministério dos Transportes logo após Casimiro ter concedido entrevista coletiva no Palácio do Planalto, em que havia explicado que a nova tabela representaria uma redução de até 20% nos valores em relação à primeira tabela divulgada no dia 1° de junho.
"Houve novas questões que precisam ser revistas e foi uma determinação do Ministério dos Transportes e da ANTT que a gente torne essa resolução sem efeito", disse o ministro Casimiro durante a reunião, que foi gravada em vídeo e divulgada há cerca de uma hora em uma página no Facebook do Sindicam de Ourinhos (SP), uma das entidades que representa a categoria e participou da conversa
O Ministério dos Transportes confirmou o vídeo
"Essa resolução vai ser revogada. A ANTT já identificou alguns problemas no corpo da resolução e precisa fazer correções.Vamos discutir amanhã para que a gente volte com uma tabela factível, que represente o custo real do frete para o transporte de cargas no Brasil", acrescentou.
O tabelamento de preços do frete consta da Medida Provisória 832, de 27 de maio, que o presidente Michel temer editou como parte do acordo com os caminhoneiros para cessar as greves que afetaram o país nas últimas semanas.
No entanto, diversos setores empresariais reagiram fortemente à publicação da primeira tabela pela ANTT se queixando de elevados custos com frete é forçaram a revisão das tabelas nesta quinta-feira. Independentemente da publicação de novas tabelas, diversas entidades do agronegócio, um dos setores que mais reclamaram dos preços mínimos, ameaçam entrar na Justiça com liminares para parar de pagar os fretes tabelados.