SP decide baixar pedágio em ao menos 10%

Publicado em
09 de Abril de 2013
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O percentual de redução dependerá de cada contrato, mas vai variar de 10% a 20%

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu reduzir as tarifas de pedágio nas rodovias de São Paulo concedidas à iniciativa privada.

O percentual de redução dependerá de cada contrato, mas vai variar de 10% a 20%, segundo a Folha apurou com integrantes do governo e de concessionárias.

O acordo foi fechado nas últimas semanas com duas das principais empresas que gerenciam rodovias paulistas - incluindo Imigrantes, Anchieta, Anhanguera, Bandeirantes e Castello Branco.
As negociações com as demais concessionárias também estão em fase final.

A reformulação dos contratos com as concessionárias foi uma das principais promessas da campanha que elegeu Alckmin em 2010.

A data para vigorar as novas tarifas ainda será definida. Mas Alckmin poderá anunciar a medida em maio -caso consiga viabilizar algumas pendências jurídicas.

O corte nas tarifas de pedágio é uma das bandeiras do tucano para tentar neutralizar críticas da oposição ao governo do PSDB em SP.

Ele foi acelerado após medidas populares da presidente Dilma Rousseff (PT) para desoneração de vários setores, como a da energia elétrica e a da cesta básica.

O acerto com a gestão Alckmin foi confirmado à Folha por representantes de duas concessionárias e pelo primeiro escalão do governo.

Uma preocupação, de caráter político, é que os reajustes costumam ser fechados no final de junho de cada ano.

O governo não quer reduzir e depois aumentar os valores. Por isso busca uma fórmula de evitar um aparente contrassenso.

MOEDA DE TROCA

A CCR, controladora do sistema Anhanguera-Bandeirantes, por exemplo, negociou reduzir tarifas sob a condição de deixar de repassar para o Estado percentual do que arrecada no pedágio. O repasse varia de acordo com execução de obras e outros serviços.

O pleito do grupo EcoRodovias, responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes, foi a prorrogação dos contratos atuais por mais tempo.

Em 2012, a Artesp (agência reguladora dos transportes) formou uma comissão para avaliar a situação dos contratos, com base em estudos da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Com base neles, a gestão Alckmin pretendia pressionar as empresas. A negociação política foi conduzida pelo secretário Saulo de Castro Abreu Filho (Transportes).

Além do corte nas tarifas, Alckmin vem testando na região de Campinas (interior de SP) um sistema de cobrança chamado ponto a ponto -pelo qual os usuários pagam de acordo com a distância percorrida na estrada.

No entanto, dificuldades operacionais vão impedir que ele seja implantado em rodovias mais importantes -medida que amenizaria efeitos políticos de um eventual sucesso do sistema.

Pedágio mais baixo pode diminuir valor de frete

As passagens intermunicipais de ônibus também podem ter queda de preço

A redução das tarifas de pedágio em São Paulo pode deixar as viagens pelo Estado mais baratas para quem usa carro, mas também forçaria reduções nas passagens de ônibus e no frete cobrado pelas transportadoras.

De carro, o custo da viagem de São Paulo a Ribeirão Preto, por exemplo, pode cair ao menos R$ 5 -caso a redução fique na casa dos 10%.

Atualmente, o trajeto de cerca de 313 km tem oito praças de pedágio, que juntas cobram R$ 49,60. Com a redução e arredondamentos, o valor pode ser de R$ 44,60.

Já o trajeto de São Paulo a Araçatuba, de 527 km, pode ter uma redução de R$ 6,80. Hoje o motorista que usa as principais rodovias no caminho passa por 12 pedágios e desembolsa R$ 68,20.

Também sentiria no bolso quem viaja todo dia para trabalhar. Um morador de Campinas que trabalha na capital e faz o percurso de 93 km de carro, por exemplo, hoje deixa R$ 638 por mês nas cabines de pedágio -considerando a ida e a volta em dias úteis pelas rodovias Anhanguera ou Bandeirantes.
Com uma redução de 10%, ele passaria a gastar R$ 574,20. Se a redução for de 20%, pagaria R$ 510,40.

ÔNIBUS

As passagens intermunicipais de ônibus também podem ter queda de preço, já que as empresas repassam a tarifa para os consumidores.
Mas além dos pedágios, elas levam em consideração a inflação e gastos com a manutenção dos veículos e taxas das rodoviárias.
As linhas metropolitanas também podem cair. No ano passado, a tarifa nas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas subiu no mesmo dia do reajuste nos pedágios.
Outro setor beneficiado é o de transporte e logística, já que os pedágios representam, em alguns casos, até 30% do valor do frete. Caminhões pagam uma tarifa por eixo.

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