SP: choque entre caminhões alerta sobre transporte de cargas perigosas

Publicado em
19 de Fevereiro de 2014
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Depois de dez horas de trabalho, técnicos da Companhia Ambiental de São Paulo conseguiram conter os 29 mil litros de ácido clorídrico que vazaram em um acidente entre dois caminhões, na Rodovia Castello Branco.

Essas cargas perigosas são transportadas todos os dias nas estradas brasileiras.
As normas são rígidas, incluem sinalização e até a distância que os carros devem manter desses caminhões.

Mas, o problema é que a segurança desse tipo de transporte depende também de outros motoristas. Que nem sempre estão atentos aos perigos.

A Rodovia Castello Branco ficou fechada nos dois sentidos durante quatro horas, mas o trabalho durou dez. Um caminhão-baú bateu na traseira de um caminhão-tanque, ficou enganchado e acabou sendo arrastado por 30 metros.

O motorista do caminhão-baú morreu na hora. O passageiro foi levado de helicóptero ao Hospital Das Clínicas, em São Paulo. O motorista do caminhão-tanque não se machucou. Mas vazaram todos os 29 mil litros de ácido clorídrico que ele transportava.
Os bombeiros têm uma viatura especial para socorro químico. Além de treinamento adequado, a equipe carrega equipamentos próprios, como roupas especiais, com cilindros de oxigênio.

Os técnicos da companhia ambiental usaram uma solução para neutralizar o efeito corrosivo do ácido. Fizeram a mesma coisa no córrego ao lado da estrada, em Itapevi, que continua a ser monitorado.

“Enquanto nós não tivermos certeza que esse terreno está em uma condição segura, não dá para encerrar operação. Então, ele deve levar alguns dias ainda”, explicou Mauro Souza Teixeira, técnico ambiental da Cetesb.

Esses produtos perigosos são essenciais para o funcionamento da cidade. A carga mais transportada é a de combustível. Depois vêm os corrosivos, muito usados nas indústrias, e em seguida os gases, como o oxigênio dos hospitais e o gás de cozinha. Se não dá para tirar esses produtos de circulação, o que se tenta é investir em regras e leis que diminuam os riscos.
A legislação do transporte de cargas perigosas segue padrões internacionais. Ela define como tem que ser a sinalização e até detalhes importantes do caminhão-tanque, como por exemplo, que a válvula fique afastada do para-choque. Mas na terça-feira (18), isso não adiantou.
“Ele arrancou a válvula que fica depois do para-choque do caminhão, que hoje esses para-choques são reforçados de uma maneira, para não haver, não haver esse rompimento de válvula, o que aconteceu”, contou o capitão do Corpo de Bombeiros Arthur Bicudo.

A Associação Nacional dos Transportadores de Carga e Logística diz que o cuidado tem que ser de todos os motoristas, não só dos que transportam produtos perigosos.

“Eu acho que a gente precisa de uma maior divulgação para que os outros motoristas entendam que eles têm que estar afastados daquilo ali e se, por acaso acontecer um acidente, ele vai afetar não só ao meio ambiente, mas afetar também toda uma população, inclusive aquele que se envolveu no acidente”, afirma a assessora da associação, Glória Benazzi. “A recomendação é manter a distância”.

Só este ano, os bombeiros de São Paulo já atenderam 800 ocorrências envolvendo produtos perigosos – uma média de 15 por dia.

A matéria, que foi ao ar no Bom Dia Brasil, pode ser assistida na íntegra aqui.

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