Solo não é a causa de acidente com guindaste

Publicado em
25 de Abril de 2014
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Estudos foram realizados por consultoria especializada

 
 

Estudos concluídos pela consultoria especializada GeoCompany indicam que o solo da Arena Corinthians não foi a causa do acidente que provocou a morte de dois trabalhadores, no dia 27 de novembro de 2013, quando um guindaste teve sua lança rompida e tombada, resultando na queda de peça da cobertura do estádio. O laudo da consultoria contratada pela Odebrecht Infraestrutura conclui que o solo é estável e estava corretamente dimensionado no momento em que era realizada a operação. 

O guindaste LR 11350, considerado o maior do Brasil, com capacidade para erguer até 1.500 toneladas, concluía o içamento do último módulo da estrutura da cobertura metálica do estádio, com 420 toneladas, quando a haste de sua lança foi rompida e tombou, causando a queda da peça sobre parte do prédio Leste. Era a 38ª vez que esse tipo de procedimento realizava-se na obra.

Resultados do laudo, de mais de mil páginas, confirmam que o aterro foi compactado corretamente, mantendo a estabilidade necessária, seguindo as definições estabelecidas pelo fabricante do guindaste. Os estudos da área acidentada tiveram início em dezembro de 2013 e foram concluídos em 90 dias. Foram avaliados mais de 200 pontos da área em que ocorreu o acidente, por meio de ensaios e testes.

 

Após a conclusão, o laudo da GeoCompany foi revisado e certificado por três importantes especialistas em engenharia de solo: Liede Legi Bariani Bernucci, vice-diretora e chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP); Sandro Sandroni, professor da PUC-RJ (e ex-professor de Pós-Graduação na COOPE-UFRJ) e doutor em Engenharia Geotécnica; e Alberto Teixeira, especialista em engenharia geotécnica e professor aposentado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Os três especialistas ratificaram inteiramente as conclusões da GeoCompany.

 

As análises colhidas também permitiram simular o comportamento do solo tanto na condição seca quanto úmida. Os resultados indicaram grande impermeabilidade do solo. Assim, a água das chuvas que ocorreram na semana anterior ao acidente não penetrou no terreno -- foi drenada pelas laterais da área, não tendo afetado a estabilidade do solo.

 

As atividades para elaboração do laudo contemplaram as seguintes iniciativas no canteiro de obras: levantamento de antecedentes geotécnicos no local da obra; realização, interpretação e avaliação de ensaios de campo; modelagem da situação de carregamento e do comportamento da pista; e comparação deste comportamento com as limitações operacionais impostas pelo equipamento.

 

Para análise das pressões nas esteiras do guindaste foi utilizado um dos softwares mais avançados para este tipo de modelagem, o RS3, da empresa Rocscience, de Toronto, Canadá, e aplicadas ao modelo tridimensional da pista. Com a utilização dessa ferramenta foi possível calcular os deslocamentos que o peso do conjunto formado pela peça, dispositivos de içamento e pelo próprio guindaste causaram no solo.

 

Principais conclusões do laudo a respeito da compactação do solo:

 

- Estado do solo na Arena Corinthians não contribuiu para as causas do acidente;

- A superfície do terreno estava em acordo com as definições do fabricante do equipamento;

- Aterro é homogêneo, rígido, estável, resistente e de baixa permeabilidade;

- Compactação do terreno tem grau sempre superior a 95%. Medida era adequada, já que valor deve ser superior a 95%;

- A tensão de ruptura do solo é pelo menos 130% maior que a tensão máxima devido à carga do guindaste;

- A pista é estável e estava corretamente dimensionada para a operação de transporte da peça.

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