Softwares para gestão ainda são pouco utilizados

Publicado em
29 de Outubro de 2012
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No Brasil, é grande a oferta de softwares para gestão de transporte (TMS - Transportation Management System). Isso, contudo, não significa que os agentes da cadeia de distribuição - embarcadores, transportadores, operadores logísticos - adotem em larga escala sistemas para automatizar suas operações, com a finalidade de aumentar a produtividade e a qualidade dos serviços prestados.

O recurso ainda restrito ao TMS é efeito de uma cultura empresarial que ainda não prima pelo planejamento. "Lá fora, o cliente acredita que o sistema funciona. No Brasil, ele precisa experimentar, o que torna a demonstração do produto mais demorada e exige que o fornecedor seja bastante didático", observa Odair Koyama, gerente sênior da consultoria de vendas da Oracle. Ele acrescenta que, no país, prevalece a cultura do "resolver sozinho". Koyama acredita que o grande desafio do fornecedor de TMS é aculturar o gestor, "fazer um verdadeiro trabalho de convencimento para vencer o imediatismo dominante", afirma ele.

É semelhante o diagnóstico do presidente da Store Automação, Wagner Tadeu Rodrigues. Os transportadores, pondera, ainda relutam no tocante ao uso de tecnologias avançadas. "Elas têm soluções caseiras", comenta.

O TMS, explicam os fornecedores, permite controlar toda a operação e gestão de transporte de forma integrada. Como é desenvolvido em módulos, esses podem ser adquiridos pelo usuário segundo as suas necessidades. Em seu conjunto, a finalidade do sistema é identificar e controlar os custos inerentes a cada operação, razão pela qual é importante identificar e medir os custos de cada elemento existente na cadeia de transporte. Isso inclui não apenas o veículo, mas a gestão de RH e materiais, o controle das cargas, os custos de manutenção da frota e índices de discrepâncias nas entregas, bem como as diversas tabelas de fretes existentes (peso, valor, volume).

Segundo Koyama, a redução do custo do transporte pode chegar a 10% do valor do frete.

A Store Automação apresentou seu TMS ao mercado este ano, depois de dois anos de desenvolvimento conjunto com o cliente 2 Alianças, tradicional empresa de armazém geral do Rio de Janeiro. "Trabalhar em parceria foi importante para saber as reais necessidades do usuário", Rodrigues.

A Totvs oferece um sistema back office (no caso, seu próprio ERP -Enterprise Management Planning) e softwares verticais de acordo com a especifidade do usuário, informa André Veiga, gestor do segmento de logística e distribuição da empresa. Para ele, as exigencias da Agência Nacional de Transportes Terrestres contribuem para a profissionalização e amadurecimento do mercado de TMS. Prestadores de serviços passam a ter necessidade de uma ferramenta de gestão. "É grande e generalizada a pressão para baixar custos", diz.

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