A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), estatal criada pelo atual governo para administrar as estradas pedagiadas do Estado, começou a operar efetivamente ontem ao receber do Daer o controle das praças comunitárias de Portão, Coxilha e Campo Bom.
Entre abril e junho, de acordo com o cronograma estabelecido pelo Piratini, a nova empresa assumirá também outras rodovias estaduais que integram os sete polos de pedágio concedidos à iniciativa privada, enquanto estradas federais voltam a ficar sob responsabilidade da União.
Fomos contrários à criação da EGR porque entendíamos que o Daer tinha estrutura e capacitação suficientes para continuar administrado as estradas pedagiadas sob sua responsabilidade e também para assumir as demais quando necessário.
Não havia necessidade de se criar uma outra empresa pública, com o risco de ela se transformar em instrumento de negociação política e empreguismo para os partidos que eventualmente ocupam o poder.
Porém, agora que a EGR já opera – e no surpreendente formato jurídico de Sociedade Anônima para ter mais flexibilidade e eficiência –, o que se espera é que consiga desempenhar satisfatoriamente suas atribuições de cuidar, conservar e sinalizar as estradas, sem deixar de investir em melhorias.
Cabe reconhecer que o Daer, no seu modelo de autarquia, sempre esteve exposto ao loteamento político-partidário e tem problemas históricos de gestão.
O sistema de pedágios que está sendo substituído também se revelou danoso à sociedade, tanto pelos preços elevados das tarifas quanto pela contrapartida insuficiente em termos de investimentos.
É inquestionável que as concessões foram mal feitas e que, em alguns casos, o Estado se tornou refém de empresas gananciosas e pouco comprometidas com o interesse público.
Mas não existe milagre: sem parceria com investidores privados, dificilmente o Estado terá recursos para satisfazer a demanda da população por rodovias modernas e seguras. Este é o grande desafio da EGR a partir de agora.