Sindipeças luta por desoneração

Publicado em
19 de Maio de 2015
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Entidade tentará manter em 1% a cobrança sobre faturamento

Para permitir alguma competitividade ao setor de autopeças e lidar com a retração de mercado, o diretor de RH da Thyssenkrupp e conselheiro e diretor de relações trabalhistas do Sindipeças, Adilson Sigarini, apontou algumas soluções durante o III Fórum de RH da Indústria Automobilística, realizado por Automotive Business na segunda-feira,18, em São Paulo.

Ele recorda que em 2012 o setor de autopeças e alguns segmentos foram incluídos na desoneração da folha por causa de elevados encargos salariais e que em novembro do ano passado a Lei 13.043 tornou essa desoneração permanente. “Mas o aumento de 1% do faturamento para 2,5% (como consta no PL 863/2015) elevará os custos do nosso setor em R$ 1,2 bilhão por ano”, afirma Sigarini.

“Queremos manter o porcentual atual (1%) pel menos até o fim do ano”, diz o executivo, que teme pelo fato de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entender que “os reclames do mercado sejam mais urgentes que os do Sindipeças”. Por isso o caminho também tem sido o Congresso Nacional, onde o PL tramita atualmente e pode ser modificado por deputados e senadores para manter a tributação como está por mais algum tempo.

Mesmo com a desoneração, o Brasil continuará, segundo o Sindipeças, com porcentagem de encargos sociais superior à da França, Argentina e Alemanha.

Sigarini citou também a dificuldade pelas sucessivas altas do custo de vida: “Tornou-se impossível conceder o reajuste anual pela inflação mais o aumento real.”

Para proteção dos trabalhadores, Sigarini citou o modelo alemão adotado em situações de queda de mercado como a atual, em que, para evitar demissões, empresa e sindicato ajustam uma jornada de trabalho reduzida. Nesse caso, a empresa paga só as horas trabalhadas e o governo remunera parcialmente as não trabalhadas, na base de 67% para aqueles casados com filhos e 60% para os demais. A proposta do Sindipeças é implantar o modelo no Brasil. Estudos já estão avançados no governo federal e contam com apoio de patrões e sindicatos. Com isso seriam aplicados recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), reduzindo a necessidade de gastos com o seguro-desemprego.

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