Mais uma entidade de classe se junta às críticas contra o tabelamento do frete. Trata-se do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas de Combustíveis e Lubrificantes), atual Plural, que protocolou documento no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a medida.
O corte de R$ 0,46 no preço do litro do diesel, medida adotada pelo presidente Michel Temer para por um fim à greve dos caminhoneiros, vai custar R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos só este ano. Segundo o Sindicom, este “benefício” de ser anulado pelo aumento no custo do transporte.
O Sindicom encaminhou suas críticas ao STF solicitando ingressar como parte interessada na Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra o tabelamento do frete.
Há poucos dias outra entidade apontou que a tabela de preço mínimo do frete rodoviário aumentou o custo do transporte para o setor agrícola. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirma que, em média, este custo subiu 40%, número que foi apresentado ao ministro Luiz Fux, do STF, relator da medida na corte.
Em sua petição ao STF, o Sindicom cita que os esforços do governo para reduzir o preço do diesel “pode se esvair pelos dedos com o encarecimento do frete através de inconstitucional e descalibrada tabela de preços mínimos de frete” regulada pela Medida Provisória 832. “E pior, o prejuízo atingirá diretamente a população, pois ela também experimentará o aumento do custo da gasolina, do diesel e do etanol nas bombas”.
Pelos cálculos do Sindicom a tabela editada pelo governo eleva os custos de transporte em cerca de 50%, índice que representa aproximadamente R$ 0,23 por litro, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo) citados no documento.
Além disso, o Sindicom aponta outro efeito colateral para o diesel mais caro: a remuneração do caminhoneiro vai cair, ao contrário do que se busca, já que o combustível representa 38% do custo do transporte