SIMEFRE: indústria de implementos rodoviários cresce 4,92% e de ferroviários espera um 2014 melhor

Publicado em
27 de Janeiro de 2014
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A indústria fabricante de implementos rodoviários leves (carrocerias sobre chassis), juntamente com a de linha pesada (reboques e semirreboques), tem previsão de ter terminado o ano de 2013 com aumento de 4,92% na produção, o que equivale a 174.400 unidades produzidas tem período. Os dados são do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários - SIMEFRE (Fone: 11 3289.9166).

De janeiro a outubro de 2013, houve aumento de 10,86% sobre os emplacamentos em relação aos mesmos meses de 2012. Durante os dez primeiros meses de 2013, a indústria comercializou 147.286 equipamentos, ante 132.860 unidades no mesmo período do ano anterior. Do total emplacado nestes meses, 57.342 unidades foram da linha pesada (+34,02% em relação ao mesmo período de 2012) e o restante, 89.944 (-0,15%), envolveu unidades da linha leve.

As exportações tiveram resultados negativos de janeiro a outubro de 2013, com queda de 6,20%. Enquanto nestes meses de 2012 foram exportados 4.710 equipamentos, no igual período de 2013 foram vendidas ao exterior apenas 4.418 unidades.

Segundo Cesar Pissetti, vice-presidente do SIMEFRE – Departamento de Implementos Rodoviários, é previsto que a indústria fechou 2013 em alta, com 169.000 unidades emplacadas no mercado interno, crescimento de 5,35% em relação a 2012. No mercado externo a estimativa é de ter sido emplacadas 5.400 unidades durante todo o ano de 2013, queda de 7,06%. De toda a produção do ano, a previsão é de que 105.000 unidades foram da linha leve e 69.400, da linha pesada.

Em termos de faturamento, o setor de implementos rodoviários estima ter encerrado as atividades de 2013 com faturamento de R$ 9,3 bilhões. Entre os fatores que colaboraram para os resultados estão o IPI 0%, a disponibilidade de crédito a taxas atrativas (pelo FINAME/PSI) e investimentos realizados no país em infraestrutura, como obras para a Copa das Confederações e Copa do Mundo. Além disso, o bom desempenho do PAC II e os incentivos fiscais para a aquisição de bens de consumo tiveram papel importante no crescimento do setor.

Apesar dos bons resultados, alguns entraves também atrapalharam o setor, como a infraestrutura logística insuficiente, a falta de competitividade no exterior, a lenta recuperação americana e a crise na região do Euro, além do PIB brasileiro baixo em 2013.

Já quanto ao mercado de vagões de cargas, 1.900 unidades foram entregues no período de janeiro a outubro de 2013, e 71 locomotivas. De acordo com Vicente Abate, diretor do SIMEFRE – Departamento Ferroviário de Cargas, até o fim do ano a previsão é de 2.200 a 2.400 vagões entregues, queda de cerca de 20% em relação a 2012. Já nas locomotivas, a estimativa de entrega é de 85 a 90 unidades, alta de 25%.

O mercado nacional de mineração e siderurgia começou uma recuperação em 2013, mas que só se consolidará entre 2014 e 2015, segundo o SIMEFRE. O primeiro edital do PIL-Ferrovias (Programa de Investimentos em Logística), que estabelecerá regras para o novo modelo de concessão do transporte ferroviário de carga, não foi lançado ainda. Ambos os fatores foram responsáveis pela queda nas encomendas das concessionárias no setor.

Na área de serviços especializados, 100 vagões e 59 locomotivas passaram por manutenção, reparação ou modernização. Ao todo, 13 locomotivas estavam previstas para ser exportadas, número similar às 14 do ano de 2012. Apenas um vagão foi exportado, ante 30 unidades em 2012.

Segundo Abate, a cadeia produtiva da indústria ferroviária nacional está completamente apta a atender a demanda em volumes, qualidade e prazos de entrega, com capacidade anual de 12.000 vagões de carga e 250 locomotivas.

A previsão de faturamento é de R$ 4,3 bilhões, mesmo patamar de 2012. O valor inclui, também, os vagões de passageiros.

Incentivos governamentais ajudaram o desempenho da indústria. O uso da desoneração da folha de pagamentos, a partir de janeiro de 2013, foi um dos impulsos do setor. O PSI-4 – Programa de Sustentação do Investimento alavancou as vendas de vagões e locomotivas, porém menos do que o esperado, segundo Abate. “A manutenção do PSI para 2014 é essencial para a indústria. Além disso, estamos negociando com o Governo, apoiados pela ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, a formatação de um Plano de Renovação de Frotas de Vagões e Locomotivas pertencentes à União, que oferecerá aos fabricantes a necessária previsibilidade de encomendas, com entregas lineares ao longo dos próximos seis anos, até que as encomendas para o PIL sejam uma realidade, evitando-se os altos e baixos que as indústrias vêm enfrentando nos últimos anos”, afirma.

Ao serem concedidas condições de igualdade de competição, principalmente em relação à isonomia fiscal e tributária, a indústria ferroviária nacional será competitiva, inclusive em relação aos chineses, na visão do SIMEFRE. Câmbio favorável, melhores condições de juros e logística, além da erradicação da burocracia também acelerariam o mercado.

PERSPECTIVAS PARA 2014
No setor de implementos rodoviários, o mercado segue apreensivo sobre os resultados de 2014 devido às indefinições das taxas de juros e recursos disponíveis no FINAME/PSI, além da economia do país. Segundo Pissetti, o faturamento deverá ficar em R$ 9,5 bilhões, com vendas de 176.400 unidades, das quais 170.500 abastecerão o mercado interno e as outras 5.900 serão exportadas.

A perspectiva de safra recorde de grãos e a finalização das obras da Copa do Mundo irão impulsionar o mercado no primeiro semestre. Por outro lado, gargalos logísticos, custos trabalhistas e restrição ao crédito poderão trazer empecilhos. As atividades que mais devem crescer são construção civil, infraestrutura e agricultura, e a indústria deve viver uma retomada nos negócios.

No setor de vagões, a previsão é fabricar de 3.000 a 3.500 vagões de carga e 60 locomotivas, volume considerado baixo para compensar os investimentos elevados feitos pelos dois principais fabricantes de locomotivas no Brasil.

 

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