Levantamento, que foi feito em parceria com a COPPE/UFRJ propõe cenários e politicas que poderiam levar o Rio de Janeiro ao patamar de uma cidade mais inteligente, resiliente e sustentável em 2030/2040;
Dentre as áreas abordadas no documento estão as soluções digitais para a cidade, como uso de dados e sensores para conecta-la em um único ecossistema.
A Siemens apresenta, durante o "Siemens Fórum 2018 - Impulsionando o potencial do Brasil na transição energética", no Rio de Janeiro, o estudo "RIO 2030/2040". Desenvolvido em parceria com a COPPE/UFRJ, o levantamento visa apresentar um olhar para o futuro, sugerindo melhorias efetivas na infraestrutura da capital fluminense, realizáveis por meio de investimento em tecnologias inteligentes, digitais e sustentáveis para a transformação de diversos segmentos da cidade.
"Com esse estudo, queremos apresentar soluções efetivas para a melhoria do município, englobando setores como mobilidade, saúde, sustentabilidade e educação. Dessa forma, buscamos iniciar uma plataforma de discussão para viabilizar mudanças positivas para a sociedade, além de contribuirmos para a execução de inovações que possam efetivamente mudar a vida dos cidadãos do Rio de Janeiro", afirma Henrique Paiva, Head de Relações Governamentais e Sustentabilidade da Siemens no Brasil.
Uma potencial Smart City (Cidade Inteligente)
Preparado inicialmente em 2012, por meio da composição de um conselho de formadores de opinião do Rio de Janeiro, foi feito um levantamento sobre os desejos dos cidadãos do município para o futuro. Foram coletadas impressões de um grupo de 80 entrevistados, que foram avaliadas e separadas em seis cenários diferentes, destacando tópicos como mobilidade, economia, sustentabilidade, inclusão social, bem-estar e saúde. Para o Siemens Fórum 2018, a pesquisa foi atualizada com a inclusão de dois focos: Green Cities Index (Índice Cidade Verde) e City Resilience Index (Índice Cidade Inteligente), revelando o desejo de uma cidade conectada, colaborativa e integrada, por meio da digitalização.
Uma cidade digital: Todas as novas tecnologias gerarão muitos dados, conectando os ativos e sensores da cidade, melhorando a gestão, prontidão e segurança das cidades nas decisões de tráfego, poluição e transporte. Uma cidade digital criará oportunidades para trabalhos qualificados, como cientistas de dados, arquitetos e, principalmente, promoverá um ecossistema em torno de uma plataforma de desenvolvimento sustentável.
Rio como potência econômica: A região do Rio de Janeiro é um dos focos econômicos e, em conjunto com São Paulo, constitui o principal polo gerador de PIB da América do Sul. Isso oferece a oportunidade de estabelecer uma porta de entrada para bens, negócios e comércio, mas também para financiar importações e exportações para toda a América do Sul, explorando as diferentes vocações da cidade.
Um centro de bem-estar: Para tornar o Rio de Janeiro uma referência em bem-estar, prevenção e reabilitação na América do Sul, todas as partes interessadas, como governo provedores de saúde, terão que cooperar em um ecossistema de prevenção com processos de saúde otimizados, com pontos de atendimento descentralizados e práticas de médicos móveis em conjunto com hospitais centrais e centros de saúde em grande escala, que otimizarão todo o processo de triagem, exame, diagnóstico, terapia e reabilitação.
Inclusão social: Para uma mudança bem-sucedida e sustentável das comunidades, é fundamental que se tenha um novo planejamento e construção mais eficaz, não apenas com relação a casas, ruas, parques e instalações comunitárias, mas também no que diz respeito à infraestrutura de água, esgoto e eletricidade. Um dos princípios deve ser criar uma comunidade de renda mista, que vive em distritos urbanos de uso misto, tornando-se o elemento chave para uma inclusão social verdadeira e sustentável.
Uma cidade mais ágil: Para ter um sistema interconectado complexo, que seja mantido 24 horas por dia em todos os dias da semana, que ao mesmo tempo mantenha-se seguro por meio de medidas de segurança onipresentes e com capacidade de lidar com diferentes catástrofes, a cidade precisa ser suportada por sensores em todos os lugares, que junto com soluções de Internet das coisas, gerarão superfícies inteligentes como estradas, fachadas de edifícios, lâmpadas de rua, entre outros. Derivar um modelo de cidade funcional a partir dos dados de sensores permite prever e simular, bem como processar consultas e tornar o fluxo da cidade muito mais intuitivo.
Mobilidade otimizada: Um transporte público flexível, com sistema de gerenciamento de tráfego inteligente usado para otimização e previsão será fundamental para transformar a mobilidade urbana. Os terminais e estações deverão funcionar como centros intermodais, integrando modos de tráfego e oferecendo serviços para as necessidades diárias dos passageiros de qualquer região
Melhor aproveitamento dos recursos naturais: Utilizar de forma inteligente as aptidões geográficas que a cidade possui para melhorar o clima local e proporcionar mais qualidade de vida para as pessoas é fundamental para impulsionar desenvolvimento da cidade. Promover soluções que levem água limpa em toda parte irá construir a base para pessoas e meio ambiente saudáveis. Além disso, investimentos em eficiência energética em edificações, gestão de resíduos e reciclagem reduzirão a pegada ecológica do Rio e contribuirão para um ambiente mais saudável.
De acordo com o estudo atual, se as medidas sugeridas forem implantadas, o Rio se alinharia com as tendências da Quarta Revolução Industrial, por meio da convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas. Além disso, essas mudanças poderão alterar os sistemas econômicos, que passariam a focar na melhoria das condições de vida e bem-estar da sociedade, ao invés do simples crescimento da produção de bens e serviços que demandam muitos recursos naturais.
Diante de um mundo em transformação que caminha rumo a um desenvolvimento sustentável, é importante que se trace cenários e estabeleçam indicadores para serem monitorados. Isto ajudaria não apenas empresas e governos a avaliarem periodicamente suas estratégias, como também a implementar políticas que, aliadas às iniciativas ligadas à digitalização e à transição energética, poderiam levar o Rio de Janeiro ao patamar de uma Smart City (Cidade Inteligente) em 2030/2040.