Setor terá aporte R$ 2,7 bilhões para obras

Publicado em
03 de Novembro de 2010
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Cerca de R$ 2,7 bi em títulos de renda fixa serão colocados no mercado para financiar projetos de infraestrutura, de setores que vão de rodovias a comunicações e saneamento. Só na CVM estão em análise um fundo de direitos creditórios da gestora Vinci Partners de R$ 1,85 bi, que comprará papéis de empreendimentos, e outros R$ 350 mi em debêntures das concessionárias de rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto.

Além disso, a NovaDutra, que liga Rio-São Paulo, também pediu autorização à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para emitir R$ 500 milhões em debêntures. Apesar de o governo ainda não ter lançado o tão esperado pacote de medidas para incentivar o financiamento de prazos mais longos, este tem sido um ano de diversos projetos de infraestrutura buscarem seu financiamento via mercado de capitais, em uma tentativa de baratear o custo dos recursos para o setor, além de esticar os prazos de vencimento das dívidas.

O primeiro teste de 2010 veio com a emissão da Rota das Bandeiras, concessionária da Odebrecht que em julho vendeu R$ 1,1 bilhão em debêntures de 12 anos para custear a outorga do corredor Dom Pedro, em São Paulo. Agora, é a vez de a Ecorodovias seguir uma operação semelhante com o lançamento de R$ 350 milhões em papéis das rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto.

As debêntures terão vencimento em 12 anos, com amortizações anuais a partir de 2012. Serão quatro séries, cada uma com vencimento em um trimestre diferente, todas atualizadas pela inflação medida pelo IPCA. A remuneração paga aos investidores ainda será definida conforme a demanda pelos papéis, mas o teto está limitado à taxa da NTN-B de 2017, mais 2,2% ao ano. É uma taxa menor do que aquela paga pela Rota das Bandeiras, que ofereceu 3,85%. O dinheiro captado servirá para pagar notas promissórias da Ecorodovias que vencem em dezembro.

O objetivo da companhia é alongar seu endividamento. O objetivo do fundo de direitos creditórios da Vinci é também alongar o prazo de pagamento das dívidas dos projetos de infraestrutura. O Vinci Crédito e Desenvolvimento I terá um prazo de duração de dez anos, sendo que o vencimento máximo dos papéis adquiridos deve ser de oito anos. Segundo o prospecto, deverão ser comprados papéis de empreendimentos dos seguintes setores: petróleo, logística e transporte, energia, saneamento, comunicações e projetos relacionados à Copa do Mundo e à Olimpíada.

O fundo terá três diferentes tipos de cotas: ordinárias (R$ 150 milhões), preferenciais (R$ 350 milhões) e sêniores (R$ 1,5 bilhão), sendo que só as duas últimas serão vendidas. Para as cotas sêniores, a meta de rentabilidade equivale ao IPCA mais 8% ao ano. Já para as preferenciais, é a inflação.

A própria Vinci deve ficar com as cotas subordinadas ordinárias. Pelo menos 25% do patrimônio do fundo deve ficar em cotas subordinadas, que servirão de garantia para os investidores sêniores. Em caso de inadimplência, são as cotas subordinadas as primeiras a serem corroídas.

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