Tabelamento do frete foi uma das medidas tomadas para encerrar a greve dos caminhoneiros em maio
A greve dos caminhoneiros, também chamada de ‘’crise do diesel’’, marcou o mês de maio com a paralisação das atividades dessa categoria durante 11 dias. O protesto foi contra à disparada no preço do diesel. Tal fato, refletiu negativamente em diversos setores da economia que, além de não receberem matéria-prima e não conseguirem escoar seus produtos, também sofreram com a falta de funcionários, que ficaram sem combustível para ir ao trabalho. No setor moveleiro, as indústrias foram fortemente impactadas, tendo que suspender suas atividades durante o período da greve, pela falta de gás e escassez parcial de matérias-primas.
O IBGE identificou queda de 12,7% na produção de móveis em maio em relação a abril. Mas em junho a produção registrou expansão de 28,5% na comparação com maio, recuperando as perdas e mantendo os níveis do acumulado de 2018 próximos da estabilidade. Porém, o maior problema para o setor moveleiro foi a decisão do governo em estabelecer a tabela de preços mínimos para o frete.
Trata-se de uma tabela com tarifas mínimas fixadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para as cargas que ocupam toda a capacidade de carga do veículo, podendo variar de acordo com o tipo de carga, a distância percorrida e o número de eixos dos caminhões. Com base na verificação dos principais custos fixos e variáveis, a tabela foi estabelecida para o mercado brasileiro de fretes no dia 30 de maio, com validade até 20 de janeiro de 2019.
O tabelamento do frete foi duramente criticado pelos empresários, que assentiram que a medida saiu dos padrões e excedeu valores. A medida provocou aumentos significativos no custo no transporte em vários setores econômicos. Para se ter ideia, no Rio Grande do Sul, por exemplo, o setor moveleiro chegou a reportar aumentos de 80%, segundo a Associação Brasileira de Logística (ABRALOG). Outro exemplo: O reajuste médio de 5,5% na tabela do frete anunciado no início de setembro vai custar R$ 1,09 bilhão ao comércio brasileiro até o fim deste ano, segundo cálculo da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
A equipe de jornalistas da Móveis de Valor conversou com gestores de fábricas de móveis para conferir como está o impacto do tabelamento do frete no setor e, entre outras coisas, descobriu que saída pode estar na busca de novos modais para escoar a produção. Clique aqui e leia mais sobre o assunto na matéria publicada na edição de setembro da revista Móveis de Valor.