Setcepar está preocupado com o andamento do escoamento da safra

Publicado em
10 de Abril de 2013
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Presidente da entidade aponta problemas da infraestrutura brasileira

As filas de caminhões carregados com grãos na entrada do Porto de Santos são constantemente mostradas como exemplo da problemática da infraestrutura do Brasil para o escoamento da safra. Preocupado com os reflexos no Paraná, Gilberto Antonio Cantú, Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), tem alertado os associados para utilizar o agendamento da entrega de carga pelo sistema Carga Online, da Administração dos Portos de Paranaguá (Appa), para minimizar os efeitos da falta de estrutura logística do Brasil.

Mas, segundo Cantú, um provável apagão logístico vem sendo anunciado há anos e está mais próximo do que se imagina. “Atualmente nossa ineficaz infraestrutura de escoamento da produção – incluindo mão de obra, armazéns, estradas, portos e ferrovias – mostra que temos, a cada ano, ainda mais dificuldades para transportar a produção. Mas o desafio da logística brasileira vai além desta ineficiência. A falta de mão de obra especializada limita a expansão das atividades e gera um agravante no desafio de escoar a safra 2012/13”, afirma.

O Presidente comenta que a falta de motoristas não é novidade, principalmente nesta época do ano, mas está sendo potencializado com a Lei 12.619, que regulamenta a profissão de motorista profissional com vínculo empregatício, cria jornada de trabalho especial para o motorista empregado e regulariza o tempo de direção e de descanso de todos os motoristas, incluídos os transportadores autônomos. “Um cenário que custa caro para toda a cadeia de escoamento da produção, inclusive para o consumidor, que deve pagar o final desta conta”, explica.

Cantú diz ainda que sabe que a falta de mão de obra especializada não é um problema exclusivo do Transporte Rodoviário de Carga (TRC), mas este fator, somado à ineficiência logística brasileira irá, certamente, afetar o escoamento dos grãos. “A grande verdade é que não há infraestrutura adequada para este fim. Ainda mais com este anúncio recorde de 180 milhões de toneladas. Por isso, já estamos alertando as empresas e o público em geral que, certamente, iremos ter que lidar novamente com o caos do escoamento e na movimentação em todas as estradas dos estados produtores, já que nos últimos cinco anos não tivemos investimento significativo nas estruturas de transporte”, conclui.

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