Sem verba, Dnit adia duplicação das rodovias federais e sai de concessões

Publicado em
13 de Novembro de 2015
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Após corte de recursos, órgão teve que renegociar contratos com fornecedores para garantir, ao menos, a manutenção nas estradas já existentes

A falta de verba para pagar os fornecedores levou o Dnit, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a tomar medidas para tentar garantir que a manutenção e as obras de duplicação das rodovias federais não parem de vez.

Por causa do corte de recursos, o órgão do Ministério dos Transportes teve de renegociar todos contratos com prestadores de serviços, além de pedir que seja excluído das obras ligadas às concessões de estradas federais.

O Dnit tem mais de mil contratos ativos, entre manutenção e duplicação de rodovias. Há cinco meses na diretoria geral do Dnit, Valter Casimiro Silveira disse que cada um desses contratos foi renegociado. Nas obras de construção de novas vias, o ritmo de execução foi reduzido em 45%, o que levou à ampliação do prazo dos contratos e trouxe uma folga para quitar o pagamento aos fornecedores. Já na manutenção das estradas, o volume de intervenções foi reduzido em 35%. A ordem é fazer só aquilo que for necessário.

"Estabelecemos esses limites de medição por contrato, para não ter de paralisar. Foi o jeito encontrado para honrar os pagamentos e manter a malha em condições de trafegabilidade e segurança”, disse Silveira. "Infelizmente, com as restrições colocadas, tínhamos de fazer algum reequilíbrio para caber no nosso orçamento.”

Por causa do ajuste, a preocupação do Dnit não é pavimentar novas estradas, mas garantir condições mínimas na malha existente. "A prioridade é a manutenção. Se tivermos de parar as obras de construção por causa da manutenção, isso será feito, porque não podemos deixar que a malha existente fique em estado intrafegável”, afirmou.

Os atrasos de pagamento chegam a quatro meses. Com a renegociação dos prazos dos contratos, segundo o diretor-geral do Dnit, esses atrasos tendem a cair. Os investimentos do Dnit, que no ano passado chegaram a R$ 11 bilhões, neste ano não passarão de R$ 6,4 bilhões. A previsão é que, em 2016, o cenário crítico se repita.

Concessões

Os cortes também levaram o Dnit a pedir que não seja mais incluído nas novas concessões de rodovias federais, porque não terá dinheiro para assumir esses compromissos.

O diretor-geral do Dnit disse que as restrições financeiras estão impondo uma "experiência bem difícil” a todos, mas que a situação já teria sido assimilada pelo mercado.

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