Sem pedágios, buracos aumentarão nas estradas, diz Gerdau

Publicado em
12 de Agosto de 2013
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"Falta de capacidade de investimento do Estado levará a um agravamento das condições das estradas despedagiadas"

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter apontou que a falta de capacidade de investimento do Estado levará a um agravamento das condições das estradas despedagiadas. Gerdau, que compareceu nesta quinta-feira ao lançamento da pedra fundamental da nova planta da Celulose Riograndense em Guaíba, lembrou que se “ninguém quer pagar pedágio e o governo não tem dinheiro para investir, só vai ter buraco na estrada”.

O empresário afirmou que a rescisão de contratos com as concessionárias foi opção do governo Tarso Genro, mas advertiu para a dificuldade de recursos para melhoria das rodovias. “Temos pedágio para fazer investimento ou não teremos estradas. Então, teremos buracos à vontade”, resumiu o presidente do Conselho de Administração do grupo Gerdau.

Sobre as denúncias de cartel envolvendo multinacionais que construíram e fornecem veículos para os metrôs de São Paulo, o empresário disse que, “apesar de não conhecer a fundo a questão, é muito desagradável”. “É muito ruim, é muito ruim.” O escândalo envolve nomes como Siemens e Alstom, que inaugurou esta semana uma fábrica de componentes para a indústria de aerogeradores eólicos em Canoas.

Coordenador da Câmara de Gestão e Planejamento do Governo Dilma, Gerdau apontou que espera maior aceleração nos projetos de concessões e parcerias com o setor privado até o fim do ano. Segundo o conselheiro, é importante que haja indicativo de contratações até dezembro. Diante das sucessivas revisões de crescimento do PIB feitas pelo mercado e admitidas pelo governo, o empresário defendeu que as ações em infraestrutura são decisivas. “É um processo lento, mas a presidente tomou as medidas para possibilitar investimentos com parcerias público-privadas (PPPs) e concessões. As primeiras concorrências vão ocorrer, mas são temas complexos e de grande interesse”, admitiu o industrial do ramo siderúrgico.

O presidente do Conselho de Administração da Gerdau avaliou que Dilma acertou em medidas, como a aprovação do novo Código Florestal, redução de juros e os investimentos em educação básica. “Agora o cenário global e político é mais complexo, devido aos partidos, não é fácil”, apontou o empresário. O dirigente citou que os movimentos nas ruas reclamaram por qualidade de serviços, como educação e saúde. “Isso afeta todos os níveis de governo. Mas quando as coisas não funcionam, as pessoas batem à porta da presidente”, ressaltou o conselheiro de Dilma. “Como acabar com 40% de analfabetismo funcional nas escolas, responsabilidade de prefeitos incompetentes? Vai bater na presidente? Saúde é gerenciada por municípios e estados, e a segurança é tarefa estadual?”, ponderou o empresário.

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