Sem ideologia, União concederá 2.200 km de rodovias

Publicado em
17 de Novembro de 2010
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Washington Luiz, presidente deposto por Getulio Vargas em 1930, afirmava que governar o Brasil era, antes de tudo, construir estradas.Certamente tinha em mente o gigantesco território nacional e as necessidades do País em ter comunicações terrestres, além das hidrovias e ferrovias, então as preferidas e que movimentavam as riquezas e a população nacional em todos os quadrantes.

Passados 80 anos, o Brasil carece de uma malha rodoviária maior, melhor e em novas direções, além, é claro, de maiores, melhores e qualificados portos, aeroportos e ferrovias.

Por isso mesmo e deixando de lado qualquer ranço ideológico, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, divulgou que mais 2.200 quilômetros de rodovias federais devem ser transferidos para a operação da iniciativa privada no curto prazo. Também disse que a maior parte desse processo está na dependência do Tribunal de Contas da União (TCU).

Felizmente, as prioridades do novo governo são olhar com atenção a malha rodoviária que, na avaliação do Ministério dos Transportes, melhorou sensivelmente e continuará melhorando pela integração do trabalho e dos investimentos que vêm sendo feitos.

É mesmo fundamental reforçar as condições de infraestrutura de transporte nas regiões do País mais desenvolvidas, investir para expandir a malha rodoviária e dar condições de escoamento da atividade produtiva nas áreas que ainda não estão bem atendidas e trabalhar na integração dos modais aéreo, rodoviário, ferroviário e aquaviário.

Desde sempre se sabe que há muito que fazer para essa integração. No entanto, antes mesmo de integrar é preciso a introdução de equipamentos modernos. O governo bateu martelo, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) e tocará mesmo o trem-bala ligando o Rio a São Paulo via Campinas. Haverá integração entre as novas equipes do governo federal de Dilma Rousseff e o estadual de São Paulo de Geraldo Alckmin.

A China construirá, nas próximas décadas, milhares de quilômetros de ferrovias com trens-bala. Aqui, o Ministério dos Transportes não trabalha com a perspectiva de ter o trem-bala pronto para a Copa de 2014, mas só para a Olimpíada de 2016.

Felizmente, as autoridades federais não têm preconceitos contra iniciativas privadas. Quando se diz que se entregará de "mão beijada" milhares de quilômetros de rodovias alguns esquecem, ou fazem questão de não se lembrar, que caberá à iniciativa privada, "a privilegiada", bancar às vezes centenas de milhões de reais na implantação de rodovias.

Evidentemente que, dessa forma, tem que haver o retorno remunerado para o capital que foi aplicado. Ninguém pode doar dinheiro aos governos, seja o de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul ou o do Brasil. Além do mais, esses governos de municípios, estados e da União estão com os cofres raspados e devem economizar bastante para buscar ou manter o déficit zero.

No caso da União, é preciso elevar o superávit primário, gastar menos e conseguir pagar ou baixar a dívida pública. Aí sim, a conseqüência benigna será uma taxa de juros bem menor e o real desvalorizado pelo mercado, não com artificialismos cambiais de gabinete. Ter aversão pela iniciativa privada e ser contra o lucro razoável é um anacronismo intolerável.

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