Foram feitas novas reuniões entre governo, caminhoneiros e embarcadores na quinta-feira (15), em Brasília. Mas o impasse continua: os embarcadores aceitam uma tabela de frete desde que apenas referencial. E os motoristas não abrem mão da tabela obrigatória.
Dificilmente haverá algum acordo entre as partes até o dia 4 de setembro, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) julga ações de inconstitucionalidades ajuizadas contra a tabela por entidades que representam o agronegócio, a indústria e empresas de transportes.
Caso o Supremo chegue à conclusão de que os preços mínimos de frete não contrariam a Constituição, as negociações serão retomadas. Mas, se a decisão for pela inconstitucionalidade, estará descartada a manutenção de preços mínimos obrigatórios de frete.
Os caminhoneiros decidiram concentrar seus esforços nas duas próximas semanas para organizarem as manifestações que pretendem realizar com o objetivo de influenciar os votos dos 11 ministros do tribunal. Elas serão realizadas em todo o País nos dias 2, 3 e 4 de setembro. O julgamento é na tarde do dia 4.
“Se deixarmos para nos manifestar somente no dia 4 não vai dar tempo de os ministros ouvirem o ruído das estradas”, explica Carlos Alberto Dahmer, o Litti, do Sindicato dos Caminhoneiros de Ijuí (RS). Ele se encontra em Brasília e conta que, apesar do impasse quanto à tabela de frete, há avanços nas negociações de uma proposta que permita aos grandes embarcadores contratarem cooperativas e caminhoneiros autônomos diretamente.
Hoje, essa contratação direta é desvantajosa porque, ao usar os serviços de uma empresa de transporte de carga, o embarcador paga menos impostos. “Temos outras discussões que estamos fazendo em Brasília”, diz Litti.