Secretário considera corte de verba da PRF economia burra

Publicado em
10 de Julho de 2017
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Barbosa diz que governo federal deveria adotar medida inversa

“Economia burra”. É assim que o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, definiu o contingenciamento orçamentário imposto pelo governo federal à Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A medida está obrigando a corporação a reduzir drasticamente trabalhos de fiscalização, operações e serviços administrativos, deixando as fronteiras com a Bolívia e o Paraguai livres para  o tráfico de armas e drogas. 

Apesar de não ser responsável pela gestão da PRF, o secretário foi contundente e avaliou que, no final das contas, não haverá contenção de gastos, porque os recursos poupados com policiamento terão que ser aplicados em outras áreas que são indiretamente prejudicadas pelo aumento na criminalidade.

“As armas que passam pela nossa fronteira são as mesmas que vão matar policiais no Rio de Janeiro. A droga que entra no Brasil,  vinda de países vizinhos, é a mesma que vai piorar a situação das cracolândias em São Paulo. Isso deixa claro que o caminho adotado é o inverso do que deveria”.

Para se adequar à nova condição orçamentária, que caiu de R$ 420 milhões para R$ 257,6 milhões, a PRF limitou despesas com combustível, manutenções e diárias, resultando na suspensão de atividades como escoltas para cargas superdimensionadas e escoltas em rodovias, policiamento, operações, resgate aéreo e deslocamento terrestres de viaturas.

Redução dos serviços da PRF no Ceará deve impactar em aumento de acidentes, diz corporação (G1)

Redução do orçamento ocasionou suspensão da escolta de veículos e cargas superdimensionadas nas rodovias federais que cortam o estado, além de redução no patrulhamento com viaturas.

A redução dos serviços da Polícia Rodoviária Federal no Ceará devido ao corte de orçamento deve impactar no aumento do número de acidentes e mortes nas estradas, segundo avaliação do órgão. Segundo dados da PRF, de janeiro a maio deste ano, houve uma redução de 20% no número de acidentes e de 50% no de mortes nas rodovias federais que cortam o estado devido ao reforço da fiscalização.

"Nós vamos reforçar a estrutura operacional e parte dos policiais que estão em atividade meio será deslocada para atividade fim. Mas o que nós vamos ressentir é a utilização das rondas ostensivas e isso, claro, tende a aumentar, possivelmente irá aumentar, e irá impactar no número de acidentes", diz o policial rodoviário federal Alexsandro Batista.

A redução no horário de atendimento nas unidades administrativas da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Ceará começou nesta quinta (6), passando a ser das 8h às 13h. Neste primeiro dia com o novo horário, a PRF ainda não tem o balanço dos prejuízos causados à fiscalização nas rodovias federais do Ceará.

Redução do orçamento

O orçamento aprovado para a PRF é 44% menor que o solicitado pela corporação. Além do horário reduzido no atendimento, também foram suspensas a escolta de veículos e cargas superdimensionadas nas rodovias federais que cortam o estado e reduzidos o patrulhamento com viaturas. “Esse trabalho de rondas ostensivas é de fundamental importância tanto para a diminuição dos acidentes como também para evitar os crimes cometidos às margens das rodovias”, alerta Alexsandro Batista.

As mudanças seguem uma diretriz nacional da PRF, que reduzirá o policiamento temporariamente em decorrência de um corte de verbas decretado pelo governo federal neste ano. Devido ao contingenciamento de recursos, a aquisição de combustível, manutenção de viaturas e pagamento de diárias serão limitados. Além disso, as dez aeronaves que prestam auxílio a vítimas de acidentes no país, entre outras funções, ficam desativadas.

Nos próximos dias, será divulgado um cronograma com o fechamento dos locais em todo o Brasil. Diferentemente de outras unidades da federação, não haverá fechamento de postos no Ceará, segundo informou a Polícia Rodoviária Federal.
Em nota, o órgão informou que buscará diminuir o prejuízo no atendimento de ocorrências emergenciais, priorizando atendimento de acidentes com vítimas. A PRF acrescentou que está negociando com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para a recomposição do orçamento para restabelecer os serviços.

 

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