Scania reforça foco em sustentabilidade

Publicado em
10 de Fevereiro de 2020
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Economia de até 12% da nova geração e caminhões movidos a gás foram destaques do evento de balanço de 2019 e perspectivas para 2020 feito pela Scania em Itu (SP), nesta quinta-feira (6) e sexta-feira (7). No ano passado, as vendas da empresa cresceram 58% enquanto o mercado como um todo aumentou 48%.
Durante o balanço, a Scania defendeu que, a exemplo da Europa, onde caminhões com combustíveis alternativos não pagam pedágio, o transportador brasileiro também ganhe incentivos para investir em veículos menos poluentes.

Grandes empresas como Unilever, AmBev, Coca-Cola e Loreal, além de grandes usinas como a Cocal e São Martinho, estão investindo em combustíveis alternativos e adquirindo o modelo R 410 movido a gás, apresentado na última Fenatran.

Um tanque de GNL, gás natural liquefeito, tem mais energia que um tanque de gás comprimido, o gás natural veicular. Enquanto a autonomia do segundo é de 450 quilômetros, o liquefeito, na mesma operação chega a 1100 quilômetros, mais que o dobro.

O tanque de gás é mais pesado que o de diesel mas o conteúdo é mais leve o que os equipara neste aspecto.

VENDAS – No ano passado, a Scania vendeu 12.667 caminhões contra 8.031 em 2018. A participação de mercado da marca cresceu de 23,1% para 24,5 %. Com a frota rodante da nova geração conectada – no total já são mais de 30 mil caminhões com esta tecnologia – foi possível apurar uma economia de 2,7 milhões de litros de diesel, o equivalente a R$ 10 milhões.

Com 5 mil unidades e apenas 10 meses de comercialização, o modelo R 450 6×2 foi o segundo caminhão mais vendido em 2019.

“Estamos entregando sustentabilidade econômica e ambiental”, destacou Silvio Munhoz, diretor comercial da montadora. Ele prevê alta entre 10% e 15% no mercado de caminhões este ano. “Para 2020, ainda existem algumas incertezas sobre os rumos das economias global e nacional, por isto estamos com um otimismo moderado neste momento. Mas, a fase da Scania no Brasil é ótima e nossas projeções são de crescimento em todos os segmentos”, afirmou Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.

Ele ressaltou também a liderança da marca em sustentabilidade. “Em 2020, temos mais dois importantes passos com a tecnologia de motores a gás e/ou biometano com as entregas dos caminhões a partir de abril e o início das vendas dos ônibus, no segundo semestre.”

25% das emissões de CO2 vêm do transporte

Empresas clientes da Scania trocam experiência para o desenvolvimento sustentável

 

Na manhã desta sexta-feira (7), a Scania realizou dois painéis de discussões sobre sustentabilidade e perspectivas para 2020. Do primeiro, participaram Fábio Guido (do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável – CEBDS), Gilberto Avi (head de Logística da Nespresso), Rodrigo Navarro (RN Logística), Renan Loureiro (responsável pelo transporte da L’Oréal Brasil) e Sidnei Alves (gerente Financeiro da Jomed).

Segundo a COP24 – Conferência das Nações Unidas – 25% das emissões de CO2 na atmosfera têm origem nas operações de transporte. Quando o foco é em cidades como São Paulo, este percentual passa de 70%.

As empresas participantes do painel são clientes que fizeram recentes aquisições de caminhões a gás como combustível alternativo ao diesel, a aposta da Scania para promover uma logística sustentável.

Presente ao evento, a reportagem da Revista Carga Pesada quis saber do representante do CEBDS se a postura do governo federal – claramente contrária ao ambientalismo – anula os esforços que as empresas vêm fazendo em busca da sustentabilidade. E também se as empresas não deveriam pressionar o governo a adotar práticas pró-meio ambiente.

Em resposta, Guido afirmou que o conselho é “apartidário” e foi formado logo após a Conferência do Clima no Rio de Janeiro – a Rio 92 – e que desde então vem conversando com todos os presidentes, inclusive com o atual, Jair Bolsonaro.

“CEO não é ativista”, disse ele. O representante admitiu que temas como energia renovável não estão no discurso do atual governo. E que o conselho usa argumentos econômicos para tratar de sustentabilidade com a gestão Bolsonaro.

Veja no vídeo abaixo:

 

 

PERSPECTIVAS

No painel sobre perspectivas para 2020, embarcadores e transportadores reclamaram que as margens apertadas são o principal entrave para o desenvolvimento dos seus setores. Participaram da discussão Marco Tenani (diretor de Logística e Distribuição do Carrefour), Clécio Tombini (sócio do Grupo Tombini), Carlos Magnon Cascelli (da Construtora Barbosa Mello) e Wilson Agapito (do Grupo GMEC).

O representante da Tombini disse que as margens apertadas dificultam o investimento em caminhões movidos a combustíveis alternativos como o gás, a aposta da Scania.

E o das usinas de cana do Estado de São Paulo (GMEC) foi na mesma linha. No momento, as cotações do setor estão favoráveis mas no início do ano passado, segundo ele, não cobria os custos de produção.

A expectativa é que, com ganho de escala e mais empresas aderindo aos combustíveis alternativos, o custo de aquisição caia.

Até porque muitas empresas de transporte dependem da negociação de caminhões com os autônomos para ter retorno do investimento. Como negociar hoje no mercado de seminovos um caminhão a gás?

Em contrapartida, os mesmos desafios foram vencidos em outros momentos quando da introdução de novas tecnologias como motores eletrônicos e caixas automatizadas.

Para assistir ao vídeo completo do primeiro debate é só clicar aqui.

Para ver o segundo, clique aqui.

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