O conjunto caminhão e guindaste é inédito no Brasil, bem como na América do Sul. Tanto que, para formá-lo, o Scania G 440, que comumente atende operações fora de estrada, foi adaptado para receber o guindaste F1950 da italiana Fassi.
O caminhão foi produzido após uma demanda da Cunzolo – empresa que faz locação de guindastes e plataformas aéreas que já havia procurado em outras fabricantes um produto que tivesse maior capacidade do que as convencionais do mercado. 

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“Os equipamentos que içamos estão cada vez maiores e mais pesados, então, para nos atualizarmos, fomos atrás de soluções, e a Scania foi a única que se prontificou a nos ajudar”, ressalta Marcos Cunzolo, diretor comercial da empresa localizada em São José dos Campos, interior de São Paulo.

O primeiro passo da engenharia da fabricante no Brasil para o G 440 foi montar um caminhão que trabalhasse em harmonia com o guindaste da Fassi. O resultado foi um conjunto capaz de levantar equipamentos a 42 m de altura com cesto aéreo, atuar com a lança baixa (zero grau) e girar 360° em áreas de qualquer dimensão, tudo por controle remoto. O G 440, junto com o F1950, tem capacidade de carga para 40 t.
 

Para se ter uma ideia, nos demais conjuntos (caminhão-guindaste) do mercado, a capacidade é para até 25 t, o alcance de 30 m de altura e o guindaste não consegue içar na parte frontal – nesse caso, o modelo da Scania permitiu o içamento pela frente, porque ganhou uma grade reforçada, além de uma travessa dianteira produzida pela fabricante do grifo que leva duas sapatas capazes de suportar 4 t cada uma. “Buscamos essa solução na Holanda, onde há também um caminhão-guindaste operando com quase as mesmas características”, explica José Inácio de Andrade Neto, engenheiro de pré-vendas da Scania no Brasil.

Como o trem de força é um importante aliado nessa desenvoltura, o Scania G 440 foi eleito também graças ao seu conjunto técnico que não precisou passar por alterações. O motor é o DC 13 que desenvolve potência de 440 cv a 1 900 rpm e torque de 234,6 mkgf de 1 000 a 1 300 rpm.
 

Para atender à norma de emissões de poluentes P7, equivalente à Euro 5, esse motor conta com o sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva) em que há a necessidade de Arla 32. Trata-se de um motor com bloco de 6 cilindros e 12,7 litros que mantém as tradicionais características da Scania, como cabeçotes individuais para cada cilindro, eixo de comando localizado em uma posição elevada no bloco e engrenagens de sincronização montadas na parte traseira. A camisa com anel no pistão funciona como um limpador e impede o acúmulo de resíduos e material particulado, gerando economia de combustível.

Esse motor trabalha em perfeita comunhão com o câmbio automatizado Opticruise de 14 velocidades, o mesmo usado nos modelos off-road da fabricante, e seu diferencial é o mesmo dos caminhões rodoviários, o Scania RB662, sem redutor nos cubos.
 

O PBT legal é de 29 t, o técnico de 39 t e a CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 74 t. Para tanto, esse 8x4 com distância de entre-eixos de 4 300 mm precisa de AET (Autorização Especial de Trânsito), já que o caminhão anda pela rodovia. Uma das razões que a relação é a 3,42:1 que oferece ao veículo bom desempenho na rodovia, como também em aclives.
 

POR DENTRO DO G
A Scania tem por natureza oferecer um caminhão completo e confortável. Faz parte de seu DNA desenvolver uma cabine caprichada, cujo conforto é o principal atributo. E nessa solução não foi diferente. A cabine simples teto baixo traz de série ar-condicionado, trio elétrico e, a pedido do cliente, atende ao conforto dos motoristas, possui banco com acabamento em couro.

O painel e o computador de bordo se mantêm como os demais da linha. O material do painel e das portas é nobre e condiz com um Scania. O painel de instrumentos é digital e bastante intuitivo. Destaque também para o grafismo. Conheça todas as características e curiosidades do Scania G 440 Transformer na edição 157 da revista