Santos não passa no teste da safra

Publicado em
20 de Fevereiro de 2014
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O plano do governo federal para escoamento da safra de grãos no porto de Santos falhou no primeiro teste. Como no ano passado, a rodovia Cônego Domênico Rangoni, antiga Piaçaguera-Guarujá, amanheceu ontem completamente congestionada. A entrada da Via Anchieta também esteve caótica, devido ao grande número de carretas que se dirigiam aos terminais da Alemoa, na entrada de Santos. Segundo o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco, o problema foi causado pelos caminhões que não agendaram descarga. Ele revelou que alguns caminhões adiantaram em dois dias a data de agendamento achando que encontrariam locais para estacionar na Baixada Santista. O Ecopátio, credenciado pela Codesp, no entanto, operou com 85% da capacidade e não registrou filas.


O diretor da Secretaria Especial de Portos (SEP), Luiz Cláudio Santana Montenegro, afirmou que, de agora em diante, além das notificações que já estão sendo feitas, cada veículo que descumprir as regras de agendamento estabelecidas no ano passado será punido com multas que variam de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Segundo Montenegro, a partir de hoje, os terminais já poderão ser multados.

Na terça-feira da semana passada, dois terminais (Caramuru e Libra) foram notificados em decorrência de problemas no agendamento, que deram margem aos primeiros congestionamentos. Na terça-feira desta semana, a situação piorou, pois 12 mil caminhões vieram para a região, muitos deles sem agendamento, antecedendo-se ao período de embarque.

Montenegro diz que o Porto de Santos tem capacidade de absorver toda a safra de grãos destinada à exportação, desde que haja um mínimo de organização. Já o presidente da Codesp destaca que o porto não pode se dar ao luxo de funcionar apenas nos cinco dias úteis. "O porto 24 horas é uma realidade e não se justifica que os caminhões não transportem suas cargas nos fins de semana."

Em relação aos problemas observados nas proximidades do distrito da Alemoa, Barco declarou que a solução será dada pela prefeitura de Santos, uma vez que o local, que concentra uma série de terminais, não faz parte do porto organizado.

A prefeita de Cubatão Márcia Rosa (PT) ameaçou tomar providências se a situação não for resolvida: "Não vou aceitar que os moradores passem mais uma vez pelo que enfrentaram hoje: médicos não chegaram aos postos de saúde, crianças não conseguiram frequentar as escolas, trabalhadores não tiveram como assumir seus postos no polo industrial. A cidade ficou travada, parada desde a noite de segunda-feira."

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