Santos Brasil renova concessão e destrava ampliação de R$ 1,3 bi

Publicado em
09 de Outubro de 2015
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Terminal terá cais aprofundado para receber navios gigantes, com menor custo de transporte por contêiner. Desde o ano passado, duas novas empresas passaram a operar em Santos, aumentando a concorrência no setor

O governo federal autorizou na quarta-feira (30/09) investimentos de R$ 1,3 bilhão no terminal de contêineres da Santos Brasil, no Porto de Santos (SP). A renovação do contrato da empresa por mais 25 anos, permitida por lei, foi antecipada de 2022 para este ano em troca de um conjunto de obras e compra de equipamentos para aumentar em 20% a capacidade do terminal, o maior em movimentação anual do país até o ano de 2014. Com isso, a empresa terá direito a explorar a área até 2047.

"O momento é difícil, mas isso não dura para sempre", disse o presidente da empresa, Antônio Carlos Sepúlveda sobre o cenário de crise. "Precisamos investir agora para estarmos prontos quando o país voltar a crescer." Segundo Sepúlveda, o terminal terá seu cais ampliado de 980 metros para 1.200 metros de extensão e de 13,70 metros de profundidade para 15 metros.

Navios gigantes

A intenção é receber navios de maior porte, que começarão a navegar pelo novo canal do Panamá, que está em ampliação.

Hoje os maiores navios que operam no país podem transportar cerca de 9.000 contêineres de 20 pés. A intenção é receber os que podem levar até 13,8 mil.

"Esse tipo de navio tem um custo por contêiner bem menor. Isso vai trazer um ganho muito grande para o comércio exterior do Brasil", aposta o presidente da empresa.

Outra parte do investimento prevê comprar seis novos guindastes e dobrar a extensão dos ramais ferroviários para facilitar a movimentação dos contêineres dentro do terminal para torná-lo mais competitivo.

Desde o ano passado, dois novos terminais de contêineres passaram a operar em Santos, aumentando a concorrência nesse setor.

"Nossa intenção não é ser o maior, e sim o mais competitivo terminal de Santos", disse o presidente.

Dívidas

Segundo Sepúlveda, a empresa tem uma dívida baixa, cerca de R$ 200 milhões, o que abre a possibilidade de pegar empréstimos para realizar o investimento, que deve começar no ano que vem e terminar até 2020. Parte do desembolso previsto para as obras também será de capital próprio. As antecipações de contrato em troca de investimentos estão sendo realizadas desde 2013, depois que o governo reformulou a Lei de Portos.

Outro grande terminal de contêiner de Santos, a Libra Terminais, também foi autorizado a fazer investimentos de R$ 750 milhões para dobrar a capacidade de movimentação, em troca da renovação antecipada. Entre renovações de contratos e autorizações para novos portos privados, o governo já garantiu investimentos nos próximos cinco anos estimados em R$ 10 bilhões.

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