Rotas alternativas à soja

Publicado em
26 de Junho de 2013
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Apesar das poucas alternativas existentes para exportação da soja produzida em Mato Grosso e ainda da ausência de condições ideais para se chegar aos portos, sejam eles localizados ao Sul ou ao Norte do país, a movimentação registrada de janeiro a maio deste ano traz novidades e mostra uma realidade gerada mais pela necessidade em se fugir do colapso de Paranaguá (PR) e Santos (SP), do que por uma opção viável do ponto de vista logístico.

Nesta safra, parte do grão mato-grossense foi escoada para os principais destinos internacionais por rotas secundárias. Os volumes contabilizados nesse desvio, como por exemplo, no porto de Itaqui (MA) ainda não impressionam, mas são significativos quando comparados ao que foi consolidado em igual período do ano passado.

Portos como o de Santarém, no Pará, ampliou em 25,50% a movimentação, de 344.788 mil toneladas para 432.689 mil.

Como resume o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as exportações iniciaram novas rotas. “Mato Grosso pode ter iniciado nesta safra uma nova forma de embarque da soja para exportação, desconcentrando o escoamento de grandes portos e distribuindo em vários lugares no Brasil”, destaca trecho do Boletim da Soja, divulgado ontem pelo Instituto.

Enquanto as principais rotas movimentaram menos soja em grão produzida em Mato Grosso, portos que não eram rotas usuais de escoamento tiveram um aumento que variou de 25% a 89% no volume exportado, nesse mesmo período. O porto de Itaqui, no Maranhão, foi o que teve a maior alta, saindo de 418 mil toneladas para 713 mil. “Vale destacar que a soja levada para este porto, vem da maior região de expansão do Estado, o nordeste”, destaca o Boletim.
Como contextualizam os analistas da Cadeia de Grãos do Imea que elaboraram o Boletim, a produção de soja, em Mato Grosso, na safra 2012/13 teve um aumento de 10,4%, ao passar de 21,36 milhões de toneladas para 23,58 milhões, mas o mesmo percentual, ou algo próximo disso, não foi registrado na movimentação dos portos.

“Dentro de uma alta de produção anunciada antecipadamente – não apenas em nível estadual, como no saldo nacional - ainda no segundo semestre do ano passado poderia se prever a consequente ampliação das exportações nesse mesmo valor nos principais portos, porém, não é o que está ocorrendo”, como chama à atenção o Boletim.

Os portos de Paranaguá e Santos, que são os que mais escoam a soja de Mato Grosso, tiveram diminuição nas exportações nos primeiros cinco meses do ano em relação ao ano passado, de 12% e 6,9%, respectivamente. Outro porto que registra recuo na movimentação é o de São Francisco, em Santa Catarina, com volume 7,3% menor que no mesmo período do ano passado.

O desvio de rota da soja mato-grossense foi causado principalmente por dois fatores. O primeiro foi a supersafra no Sul do país, o que superlotou os portos de Paranaguá e São Francisco, e o outro foi o problema logístico como um todo, desde a falta de caminhões disponíveis para transportar o grão da fazenda aos armazéns e dos silos aos portos, bem como os imensos congestionamentos nos acessos aos principais portos. “Desta forma rotas de escoamento que antes seriam inviáveis acabaram sendo uma boa opção, visto que o frete para os principais portos aumentou muito no pico da safra e o escoamento aliado à morosidade da movimentação portuária atrasaram muito os embarques e a chegada ao destino final”.

SALDO - Das 6,70 milhões de toneladas exportadas pelo Estado, de janeiro a maio – gerando receita de US$ 3,59 bilhões – 4,32 milhões saíram pelo porto de Santos (SP) e quase 80% do total embarcado no período teve como destino a China.

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