Rodovias são o gargalo logístico do Estado do Rio Grande do Sul

Publicado em
20 de Julho de 2010
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Sabe-se do esforço estadual para completar as dezenas de ligações asfálticas que são prometidas há décadas para municípios gaúchos. O governo do Estado, tão logo refez as contas públicas, igualando receitas com despesas, encaminhou plano de novas rodovias e o recapeamento daquelas que estão em mau estado. No entanto, falta muito a ser feito. A riqueza gaúcha circula pelas rodovias em direção ao superporto de Rio Grande.

A BR-101, federal, transformou-se em uma avenida que liga diversas e importantes cidades no seu trajeto, despontando Guaíba, Barra do Ribeiro e Camaquã. Pois ela sequer está duplicada até Guaíba. A ponte sobre o Guaíba, construída há 50 anos, está esperando por mais de uma década que um governo se disponha a projetar e executar uma nova travessia, evitando os pontos de estrangulamento. Claro, a primeira afirmação será aquela que "o Estado não tem recursos". Não tem mesmo. No entanto, a Rodovia do Progresso tem 60 quilômetros de extensão e atenderá a dez municípios da Região Metropolitana, conforme o secretário do Planejamento e Gestão, José Alfredo Parode. Ela terá duplicação de trechos, ciclovia e acessos municipais, segundo Parode, obra orçada em R$ 800 milhões. A Rodovia do Progresso tem 60 quilômetros de extensão. Além disso, é necessário que se pare com o ranço antiprogresso e se façam Parcerias Público-Privadas, as PPPs, a fim de que o Rio Grande do Sul consiga sair desse marasmo que se eterniza, seja por qual motivo for.

Muitas empresas de fora do Estado, de São Paulo e de outras partes do País, além de estrangeiras, torcem o nariz para se instalar aqui alegando justamente o gargalo logístico infernal e sem solução que são as rodovias federais e estaduais. Ora, se existe alguma coisa da qual jamais podemos abrir mão hoje, como amanhã e sempre, são investimentos. Fábricas e mais fábricas são bem-vindas. Mas não é só isso, pois a riqueza agropecuária gaúcha também está transitando por rodovias com pouca ou nenhuma conservação. Além disso, a Região Metropolitana tornou-se motivo de piadas, pois a BR-116 é notícia cotidiana com os seus engarrafamentos. Tornou-se uma avenida ligando Porto Alegre a Canoas, Esteio, Sapiranga, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Então que se dê prioridade para efetuar as duplicações e os novos traçados previstos. Não se deve esperar por eventos como a Copa do Mundo para fazer o que é preciso. A África do Sul, um país economicamente mais atrasado que o Brasil, sobre o qual se lançavam suspeitas na sua capacidade de realizar evento de tamanha envergadura, saiu quase ilesa da empreitada. Governar é fazer rodovias, nos ensinou o presidente Washington Luiz. Que os governantes de agora se mirem no seu exemplo e façam tudo o que for possível. E se o poder público não puder realizar, que entregue a concessionárias. Ninguém se negará a pagar pedágio razoável em uma rodovia ou obra de arte que lhe traga conforto, segurança e rapidez nos deslocamentos. Entre 1926 e 1930, Washington Luiz Pereira de Souza, nascido em Macaé, no Rio de Janeiro em 26/10/1869 e falecido em São Paulo em 4/8/1957, assumiu a presidência do Brasil sob o lema Governar é Construir Estradas. Mas ele não foi levado a sério.

Provavelmente não é levado a sério até hoje. 
 

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