Rio Grande é opção para escoar supersafra

Publicado em
08 de Abril de 2013
compartilhe em:

A supersafra de grãos, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 185 milhões de toneladas, e as carências de infraestrutura nas rodovias de acesso a Santos e Paranaguá determinam o aumento da procura por embarques no porto de Rio Grande. Até o momento, cerca de 400 mil toneladas de grãos - 300 mil toneladas do Paraná e do Mato Grosso de Sul - já deixaram o Estado por este modal. A perspectiva é de que o volume supere os 11 milhões de toneladas até o início de junho, aumento de 63% sobre a safra cheia de 2010, quando foram embarcados 7 milhões de toneladas.

Uma das explicações para o aquecimento é a dificuldade encontrada especialmente pelos transportadores da soja oriunda do Centro-Oeste em acessar duas das principais zonas portuárias brasileiras em São Paulo e no Paraná. Em Santos, por exemplo, onde a expectativa era de 37 milhões de toneladas de grãos, ou cerca de 20% de toda a produção, ampliou-se em 4 mil a quantidade de caminhões que circulam, diariamente, pelo município. A frota atual supera, inclusive, a capacidade de estacionamento nos terminais graneleiros, o que já gerou congestionamentos de 27 quilômetros nos acessos durante as três últimas semanas.

Por isso, o porto de Rio Grande surge como a principal alternativa. O primeiro navio, destinado à China, carregado com 63 mil toneladas de soja, deixou o complexo Termasa/Tergrasa na primeira quinzena de março. A origem do grão era, justamente, o Paraná - estado-sede do porto de Paranaguá e que enfrenta problemas similares aos de Santos.

O movimento tem se repetido, conforme explica o superintendente do porto gaúcho, Dirceu Lopes. Com cerca de 20% da safra de soja do Estado (estimada em 12 milhões de toneladas) já colhida, o terminal passou a receber também os grãos do Interior do Estado. E o fluxo extra de caminhões nas duas semanas passadas atingiu 10 mil veículos.

O superintendente já calcula que o excedente de soja oriunda do Paraná e do Mato Grosso do Sul supere 2 milhões de toneladas, elevando para 11 milhões a projeção inicial do plano safra. No entanto, obras em 130 quilômetros da BR-158 (entre Palmeira das Missões e Santa Maria) e nos 60 quilômetros de duplicação da BR-392 (entre Pelotas e Rio Grande) que poderiam colocar em xeque a capacidade do porto rio-grandino não têm demonstrado maiores empecilhos. Mesmo com média de cinco caminhões por minuto na rodovia de acesso, os congestionamentos ficam restritos a apenas três trechos.

Por isso, Lopes explica que foram tomadas medidas adicionais para absorver a demanda. Entre elas, a ampliação do pátio de estacionamento, a orientação de chegada no contrafluxo de saída dos 6 mil veículos do polo naval, além de abertura de estradas internas alternativas para o ingresso. “O problema não é do porto, e, sim, do portão para fora. Nossa preocupação é em agilizar os processos extra-porto para assegurar a segurança e a agilidade, até porque a estrada é multiuso. Acredito que, com o trabalho conjunto entre Polícia Rodoviária Federal, ministérios e Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), conseguiremos manter o fluxo contínuo e planejado de cargas”, defende.

Boletim Informativo Guia do TRC
Dicas, novidades e guias de transporte direto em sua caixa de entrada.