Tarcísio Freitas , da Infraestrutura e Tereza Cristina da Agricultura participaram de encontro para negociar mais empregos para os transportadores de carga autônomos
Governo tenta segurar nova greve e garantir autonomia da Petrobras
Em uma reunião com representantes dos motoristas de caminhão autônomos na noite de quarta-feira (17), o ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas afirmou que o frete mínimo irá acompanhar o aumento dos preços do diesel. “Vamos discutir com a categoria o piso mínimo, e a partir que todo mundo ‘der o ok’, tenho certeza que não vamos ter dificuldade de praticar o piso, de fiscalizar o piso. Além disso, o piso vai fazer com que o diesel deixe de ser uma preocupação. Aumentou o diesel, a gente aumenta o piso, a gente vai transplantar o aumento do piso para a tabela”, afirmou Freitas. A declaração está em um vídeo divulgado pelo WhatsApp por um dos líderes da categoria na greve de maio do ano passado, Wallace Landim, o Chorão. A tabela que está valendo atualmente foi elaborada para atender as demandas da categoria na greve do ano passado. Entidades como a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) questionam tanto a viabilidade econômica do piso como a sua constitucionalidade.
Freitas ainda afirmou que o governo irá “sensibilizar os embarcadores” (empresas que precisam transportar seus produtos) para contratar o transporte com os motoristas autônomos. O encontro ocorreu no ministério da Agricultura e contou com a presença da ministra da pasta, Tereza Cristina. No vídeo, a ministra afirma que pretende “destravar” a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para que os transportadores autônomos “possam transportar produtos que a Conab adquire”. “Viemos aqui atrás de trabalho para a categoria dos autônomos”, afirmou Chorão no início do vídeo.
A reunião ocorreu após o anúncio pela Petrobras de um reajuste com variação entre 4,5% e 5,1% em suas refinarias. Segundo a empresa, o reajuste médio será de R$ 0,10 por litro.
Na mesma noite, outras lideranças dos caminhoneiros já falavam em greve. O caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, diz que não tem outra alternativa a não ser decretar uma greve. “O governo pagou para ver. Agora só estamos vendo a data, mas será em menos de dez dias”, afirmou.